Os bebés siameses acabaram por morrer, ontem, às 16h30, durante o voo que os transportava de regresso a Luanda, provenientes de Lisboa, informou ontem, em conferência de imprensa dada em Luanda, o director do Hospital Pediátrico de Luanda, Luís Bernardino.
Segundo o médico, não se sabe ao certo o que esteve na origem da morte das crianças, mas tudo indica que se tenha devido à sobrecarga da viagem.
Os bebés estavam de regresso a Angola sem terem sido separados, porque exames mais rigorosos feitos na capital portuguesa revelaram que eram sustentados por um único coração e um único fígado, o que inviabilizou a operação.
Luís Bernardino adiantou ainda que a morte dos bebés era algo de previsível e que poderia ocorrer a qualquer momento, embora não se esperasse que fosse tão cedo. O vice-governador do Kwanza-Sul, Mateus Morais de Brito, disse, por seu lado, que o governo provincial e o Minars na província vão continuar a apoiar a família, uma vez que os pais são camponeses humildes. O funeral dos bebés, que será feito no Kwanza-Sul, sua terra natal, em data ainda a anunciar, será da responsabilidade do governo provincial, que irá suprir todas as despesas que venham a ser necessárias.
O vice-ministro da Saúde, Carlos Alberto Masseca, lamentou o facto dos bebés terem morrido e enviou à família, em nome do Ministério da Saúde, as mais sentidas condolências. Considerou ainda que o desfecho deste caso era esperado, uma vez que são raras as probabilidades de sucesso nas separações de siameses, sendo pouco provável que, dadas as características destes bebés, eles conseguissem sobreviver.
Carlos Masseca garantiu ainda que o seu ministério vai trabalhar no sentido de criar condições para apetrechar cada vez mais os hospitais, para que cada mulher grávida tenha a possibilidade de fazer pelo menos duas ecografias, durante a gravidez. “A luta do Ministério é melhorar a assistência de base à população”, concluiu Carlos Masseca.
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