terça-feira, 13 de dezembro de 2011

BARRAGEM DE CAMBAMBE EM REABILITAÇÃO

A Barragem de Cambambe, construída nos anos 50, caminha para um processo de reabilitação e modernização, que salta à vista, pois o trabalho que está a ser realizado por homens e máquinas, num perfeito casamento, corre a grande velocidade.
No terreno, há um movimento revelador de que o trabalho se consolida nos prazos programados. Para já, o projecto de reabilitação, modernização e a construção da segunda central, concretiza-se à medida que o empenho das equipas instaladas no terreno se evidencia.
O trabalho que está a ser desenvolvido desperta a atenção de quem visita a emblemática Barragem de Cambambe. O cenário está recheado de um verde intenso entranhado nas rochas. A paisagem é forte e apelativa.
O director do projecto de reabilitação e modernização da Barragem, Ferreirinha Borges, disse que a ampliação de Cambambe vai dar maior capacidade ao complexo hidroeléctrico, um dos maiores de Angola. 
A primeira central, com quatro grupos geradores, faz parte de “uma pequena cidade subterrânea”, escavada na rocha. O acesso para a central faz-se através de um túnel, igualmente escavado nos rochedos. O túnel é fantástico pelo modo como foi concebido. 
A construção da segunda central de produção abrange obras de construção civil, abertura dos túneis hidráulicos e de restituição, túneis de acesso, condutas de água, cavernas e acabamentos.
A construção da segunda central eléctrica da barragem de Cambambe deve ficar concluída em 2016.

Parede mais alta

A elevação da parede da barragem de 102 para 130 metros, visando um maior aproveitamento do curso das águas do Kwanza, é um dos desafios dos engenheiros que dia e noite trabalham para tornar o projecto possível, numa empreitada que envolve quatro empresas internacionais de peso. 
A brasileira Odebrecht e as empresas alemã Voith, que fornece as turbinas, a francesa Alston, que fornece os geradores e a Engevix, outra brasileira, especializada em engenharia electrotécnica
Cambambe funciona actualmente com quatro grupos geradores, com capacidade de 45 megawatts cada, um dos quais está fora de serviço já há algum tempo, no âmbito do processo de modernização e ampliação da velha central.

Modernização das centrais

Aos poucos, em Cambambe o velho dá lugar ao novo. Este é um processo que vai modernizar a barragem hidroeléctrica e aumentar a sua capacidade, o que garante mais qualidade e fiabilidade. 
No rol de substituições, a velha mesa de comando, com mais de 50 anos, vai ser substituída por uma nova digital. “Todos os equipamentos com mais de 40 anos, vão ser substituídos por novos, para assegurar mais fiabilidade e segurança às nossas operações”, disse à imprensa Ferreirinha Borges. 
Painéis digitais de alta tecnologia vão controlar o desempenho do equipamento, a capacidade e a qualidade de geração de energia. Os velhos painéis, que vão sendo substituídos ainda se encontram lado a lado com os novos. 
Há um claro “chamamento à inovação”. Os 13 transformadores de elevação de tensão dos anos 70 estão a ser substituídos pelos novos. “Pretendemos garantir a fiabilidade e a qualidade da produção de energia eléctrica, evitar interrupções como as que temos nos últimos anos. Muitos fabricantes destes equipamentos, com 50 anos, já não existem”, explicou Ferreirinha Borges.
Por isso, prosseguiu, estamos a modernizar a barragem, substituindo o antigo pelo moderno, para optimizar a geração de energia. Dos 13 transformadores de tensão, um serve de reserva. O transformador é uma máquina capaz de baixar ou elevar a tensão eléctrica através de uma indução electromagnética capaz de transferir energia de um circuito para o outro. 
Outro sector renovado na barragem é a subestação ou linha de transporte, que tem material novo. Na subestação há “uma espécie de diálogo instalado”, um ruído permanente, próprio de um local que produz energia de alta tensão. 
A subestação eléctrica tem três linhas de transporte para Luanda, uma para a Gabela, uma para o Dondo e outra para Calulo. “É a partir desta subestação que fazemos a transferência de energia para outras províncias e municípios”, referiu. A 200 metros do descarregador de águas excedentes (as que não geram energia), vai ser construída uma ponte de serviço para dar acesso aos trabalhos de reabilitação e modernização.

Benefícios do programa

Com a total reabilitação e modernização da barragem de Cambambe, vai ser gerada energia para oito milhões de pessoas. Está prevista a criação de 1.500 postos de trabalho directos. As obras de reabilitação da barragem de Cambambe permitem uma maior disponibilidade de água e energia, o que permite desenvolver um pólo industrial regional, a qualificação de mão-de-obra, através de práticas que favoreçam a aprendizagem e aperfeiçoamento em trabalho.

Disponibilidade de energia

Ferreirinha Borges afirma que há necessidade de aproveitar, ao máximo, o potencial da barragem. Nesta perspectiva, precisou Ferreirinha Borges, a barragem beneficia de um projecto abrangente que inclui o seu alteamento. Com a conclusão do muro, o aproveitamento hidroeléctrico ganha mais 80 megawatts, juntando-se aos anteriores 180, o que eleva a capacidade para 260 megawatts. 
A primeira está numa espécie de “cidade subterrânea”. A que se encontra em construção está a ser concebida para ser uma central a céu aberto. 
Com esta fábrica hidroeléctrica, Cambambe fica muito mais reforçada no que toca à capacidade de geração de energia. Esta segunda infra-estrutura deve contar com quatro grupos geradores, cada um com capacidade para gerar 175 megawatts, o que perfaz 700 megawatts. 
Quando as obras de reabilitação e modernização da primeira central estiverem concluídas e entrar em funcionamento a segunda central, Cambambe vai ter uma capacidade agregada de 960 megawatts, o suficiente para cobrir as necessidades energéticas de oito milhões de pessoas.

Quotidiano dos engenheiros

Os dias de trabalho dos engenheiros são árduos e de permanentes cálculos. “Temos de trabalhar na base de precisão. Qualquer erro de cálculo, por mais ínfimo que seja, pode comprometer a obra”, disse José Araújo à reportagem do Jornal de Angola. 
Gisela Matias faz parte do grupo de engenheiros. A jovem engenheira electromecânica acompanha o processo de modernização de Cambambe. Há dois anos, Gisela Matias tem procurado contribuir para restituir à barragem a sua grandeza.
Gisela Matias e os seus colegas fazem o que mais gostam: trabalhar no campo e confrontar aspectos teóricos e práticos. “Gosto muito do que estou a fazer, é formidável, pois foi para estes desafios que me formei neste ramo. Trabalhar em engenharia electromecânica tem sido muito bom”, realçou.
Alfredo Lupambo, também formado em engenharia electromecânica, tem contribuído com a sua experiência na melhoria do potencial energético do país. 
O jovem engenheiro diz que os problemas que o país tem estado a registar no sector da energia vão ser ultrapassados em virtude do investimento que o Executivo faz no sector.

KUANDO-KUBANGO APOSTA NO FUTURO

O nome por que ficou conhecido o Kuando-Kubango depois do conflito armado, “Terras do fim do Mundo”, deixou de fazer sentido. Nos últimos três anos, o esforço de desenvolvimento da província transformou radicalmente a imagem que hoje possui. Quem a visitou em 2008 tem agora dificuldade em reconhecer os sítios por onde então passou. O progresso está a passar por aqui.
No início de 2008, a província, que foi das mais assoladas pela guerra, tinha apenas um hotel, ocupado por uma equipa de empreiteiros da Odebrecht, uma vez que pensões ou residenciais eram apenas uma miragem. Para o grupo de jornalistas que, em Fevereiro desse ano, visitou o Kuando-Kubango para avaliar no terreno o projecto de Reconstrução Nacional a que o Executivo estava a dar início, nenhuma classificação se adequava tão bem como a dada à província: estávamos, de facto, “nas terras do fim do mundo”.
Durante os 15 dias de trabalho que ali permanecemos, cada um tentou solucionar o seu alojamento conforme pôde. A boa vontade da população permitiu a cada um de nós arranjar um tecto, a maioria de chapa. A escassez de lojas era evidente. Compras só no mercado ou no “Nosso Super”. Se queríamos fazer um mata-bicho razoável, tínhamos de acordar cedo e procurar uma barraca. 
As estradas principais, secundárias e terciárias encontravam-se degradadas. Mesmo dentro de Menongue, as ruas principais estavam todas esburacadas. As estradas que ligam a cidade às restantes províncias encontravam-se em tal estado, que só mesmo em condições de grande necessidade as pessoas se metiam ao caminho. Ir ao Cuito- Cuanavale num todo-o-terreno, por onde nem estrada havia, era um desafio apenas aceite no desespero da sobrevivência.
Volvidos três anos, o cenário é bem diferente. Logo no aeroporto é difícil acreditar naquilo que estamos a ver, ao recordarmos a região desprotegida e cujo futuro quase parecia impossível de imaginar.
As evidências saltam à vista: hotéis, pensões, residenciais, estradas asfaltadas e outras em conclusão. Agora, as lojas para compra de alimentos, vestuário, material didáctico ou de construção, já não se contam pelos dedos. O cliente que quiser comparar preços tem de ter paciência para fazer uma ronda por todas e definir a melhor.
O Kuando-Kubango é um verdadeiro estaleiro de obras. É visível a reabilitação de estradas, a construção de escolas e centros de saúde. Estão a ser criados projectos de cooperativas agrícolas. Em curso está ainda a construção do Palácio da Justiça, de uma unidade de saúde com mais capacidade e a ampliação do Hospital Geral de Menongue. Por inaugurar estão a estação do caminho-de-ferro, centros médicos, estabelecimento de enchimento de gás e escolas.

O comboio está a chegar

A reportagem do Jornal de Angola constatou que também a nível da habitação há avanços significativos. A vice-governadora para a Área Económica, Verónica Mutango, disse que estão a ser construídas 200 casas em todos os municípios da província, no âmbito do programa do Executivo de construção de um milhão de habitações. “Estamos a trabalhar para que a nossa população não tenha problemas de habitabilidade e também para os quadros que vêm trabalhar para a província. Muitos dos quadros do país não aceitam vir para a nossa província por falta de condições de alojamento, mas não queremos ficar para trás no que diz respeito ao progresso, por isso estamos a fazer tudo no sentido de criar condições para as nossas populações”, explicou.
Neste momento, a novidade que está a entusiasmar a população é a chegada do comboio. Com ele, refere Verónica Mutango, chegaram também a melhoria do comércio e preços mais baratos. Estão ainda a ser concluídos os quatro eixos de ligação da província com o Huambo, Bié, Huíla, fronteira da Namíbia e Zâmbia. “A via Menongue/Luanda está em perfeitas condições. Agora estamos a trabalhar para concluirmos a via Menongue/Cuito Cuanavale”, frisou.

Superar dificuldades

Embora com algumas dificuldades, o sector da educação está a cumprir o seu papel, afirma a vice-governadora. Há falta de docentes, “mas acreditamos que com o funcionamento de instituições do ensino superior, vamos ter quadros e evitar o problema dos estudantes que abandonam a província para terminar os seus estudos e depois não voltam mais”.
Ainda existem muitas crianças fora do ensino escolar, mas foi lançado o programa operativo e a prioridade é a construção de 110 escolas. “No próximo ano, já vamos ter escolas com seis e sete salas”, adiantou.
Relativamente à saúde também existem muitas dificuldades. A vice-governadora garantiu que este sector não está de fora das prioridades, antes pelo contrário. Está prevista a construção de centros a nível das comunidades e a cobertura dos serviços básicos de saúde. “No programa de combate à pobreza existe um subprograma relativo aos cuidados primários de saúde. Ainda não temos a situação totalmente controlada, mas estamos a trabalhar para isso”, esclareceu.Verónica Mutango realçou que a província, através dos Serviços de Protecção Civil e Bombeiros, está preparada para acudir às populações em qualquer situação que venha a surgir. As instituições hospitalares também estão em alerta no que concerne às doenças que surgem de forma súbita nesta época chuvosa.

Mini-hídricas em perspectiva

O abastecimento de energia eléctrica e de água é um dos mais complicados problemas que o Kuando-Kubango tem de enfrentar. Em Menongue, os cortes de luz são constantes e à noite o som dos geradores toma conta da cidade.
Este problema está superado em parte, disse a vice-governadora, “uma vez que o sector de energia prevê a construção de mini-hídricas, duas das quais projectadas para as zonas do Pele e Missonbo. Tudo isso vai minimizar a situação, até que se tomem outras medidas e que nos dêem a cem por cento energia e água”.
A nível agrícola, está a ser dado apoio às populações para que sejam criadas associações de camponeses e cooperativas. “O que se constata na província é a existência de uma agricultura familiar e de subsistência. Mas nós estamos a trabalhar no sentido de fazer com que haja outros projectos colectivos e que o comércio rural seja amplo.”

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

MISS ANGOLA 2012 É DA PROVINCIA DO CUNENE

Marcelina Vahekeny é a Miss Angola 2012, da província do Cunene, substituindo Leila Lopes, a Miss Universo 2011, que teve a honra de entregar a coroa, no sábado passado. A gala, preenchida com muita luz e cor e realizada no Centro de Conferências de Belas, contou com a presença do Presidente da República José Eduardo dos Santo e da Primeira-Dama Ana Paula dos Santos.
Marcelina Vahekeny disputou a coroa de Miss Angola entre 24 candidatas provenientes das 18 províncias do país e da diáspora (Portugal, África do Sul, Namíbia, Canadá, Reino Unido e Benelux).
O concurso elegeu também como primeira-dama de honor a candidata de Luanda, Manuela Agostinho, e a faixa de segunda dama de honor foi atribuída à concorrente da Lunda-Sul, Izilda Silva.
Marcelina Vahekeny, de 21 anos, é estudante universitária do curso de Gestão de Recursos Humanos e vai representar o país no próximo concurso Miss Universo 2012, onde pretende chegar aos lugares cimeiros. “Estou orgulhosa e feliz por ser a primeira concorrente do Cunene a vencer o título de Miss Angola. Agradeço a Deus por me ter dado esta dádiva, penso que esta conquista é fruto da humildade, dedicação e pontualidade, que são as minhas principais qualidades. O meu objectivo agora é trabalhar para obter a melhor classificação possível no Miss Universo”, disse a nova miss Angola.
A substituta de Leila Lopes afirmou que durante o seu mandato vai dar maior prioridade à luta contra a violência doméstica, “porque é um problema que tenho acompanhado de perto e vejo a destruição de muitas famílias, deixando várias crianças órfãs, um fenómeno que tem impedido a convivência salutar da sociedade”, referiu.
A ministra da Cultura, Rosa Cruz e Silva, um dos membros do júri, considerou que a escolha da nova miss foi feita de acordo com os critérios do Comité Miss Angola, “que definiu a elegância, beleza e inteligência como as principais características e notámos que ela possuía as qualidades exigidas, por isso venceu”. A ex-miss Angola Emília Guardado considerou a gala um grande espectáculo, “acho que a vencedora foi bem escolhida e que tem qualidades suficientes para concorrer ao próximo Miss Universo. As angolanas estão sempre preparadas e já demonstraram que são capazes”.
Emília Guardado foi a primeira concorrente angolana a participar no Miss Universo. “A minha experiência no concurso Miss Universo foi maravilhosa, gostei de lá estar, apesar de ter sido mais difícil para mim, porque fui a primeira angolana a concorrer a esse título. Mas a eleição de Leila Lopes foi a melhor coisa que podia ter acontecido para Angola, porque só fez aumentar a credibilidade do nosso concurso. Pessoalmente, fiquei muito feliz e satisfeita”, disse a ex-miss.

O presidente do Conselho de Administração do Banco de Poupança e Crédito, Paixão Júnior, considerou o concurso competitivo. “Estou convencido que os jurados chegaram ao resultado mais certo. Das três finalistas, já previa que duas haviam de estar, significa que o trabalho do júri foi sério, porque nós apenas vimos a beleza exterior, não aprofundámos, como os jurados fizeram, ao avaliarem as qualidades interiores de cada uma delas. Por isso, acho que todas têm condições para concorrer a Miss Universo”, sublinhou.
O actor brasileiro Eriberto Leão, que fez parte da mesa do júri, considerou que a escolha foi difícil: “Acho que todas elas têm qualidades de voltar a conquistar a coroa de Miss Universo. Foi difícil escolher a vencedora, tanto que até fui dos júris que mais deu nota dez, porque fiquei encantado com a beleza das angolanas”.
A Miss Universo Leila Lopes desejou à sua sucessora sucessos durante o seu reinado, “gostava de ser substituída também por ela no Miss Universo 2012. Acho que ela tem princípios de uma boa Miss, que são a educação, humildade e a pontualidade”.Leila Lopes considerou a coroação do Miss Angola como um marco na sua vida, “o princípio da minha jornada começou quando me tornei Miss Angola, título que significa para mim um grande orgulho, porque é uma honra representar a beleza da mulher angolana.
A coroa da Miss Universo não é apenas minha, mas sim de todos nós, este sonho só foi possível graças ao apoio e empenho de todos, agradeço à Madrinha do Comité, a Primeira-Dama Ana Paula dos Santos”, disse. 
A mais bela do mundo promete continuar a trabalhar para elevar o nome de Angola até ao mais alto nível: “como Miss Universo, prometo elevar o nome de Angola ao mais alto nível possível, demonstrar o desenvolvimento que o país tem almejado, muito obrigada a todos os angolanos”.
A gala, que esteve repleta de elegância e “glamour”, distinguiu ainda a miss fotogenia, a concorrente do Uíge, miss simpatia, da África do Sul e a miss acção social, da Lunda-Sul, que também foi premiada por ser portadora do melhor traje tradicional. A festa contou com a animação dos músicos Matias Damásio e Guy Destino.

COLOCAÇÃO DE ASFALTO NAS RUAS DE ONDJIVA

A aplicação de asfalto nas ruas do bairro Pioneiro Zeca e do centro da cidade de Ondjiva, no Cunene, começa este mês, garantiu um responsável da empresa encarregada das obras, avaliadas em cerca de 38 milhões de kwanzas.
O contrato entre o governo provincial e a empresa que vai executar os trabalhos foi assinado na quinta-feira.
A aplicação do asfalto, que deve estar concluída dentro de oito meses, vai ser levada a cabo nas ruas Miguel Ângelo, Ochietequela, Heróis da Cahama, Agostinho Neto, Rainha Necoto, 8 de Março, ­Deolinda Rodrigues, 4 de Janeiro e da Juventude.
O contrato assinado prevê também a construção de um sistema de ­drenagem das águas da chuva em Ondjiva, onde decorrem várias obras de impacto social.