terça-feira, 13 de dezembro de 2011

BARRAGEM DE CAMBAMBE EM REABILITAÇÃO

A Barragem de Cambambe, construída nos anos 50, caminha para um processo de reabilitação e modernização, que salta à vista, pois o trabalho que está a ser realizado por homens e máquinas, num perfeito casamento, corre a grande velocidade.
No terreno, há um movimento revelador de que o trabalho se consolida nos prazos programados. Para já, o projecto de reabilitação, modernização e a construção da segunda central, concretiza-se à medida que o empenho das equipas instaladas no terreno se evidencia.
O trabalho que está a ser desenvolvido desperta a atenção de quem visita a emblemática Barragem de Cambambe. O cenário está recheado de um verde intenso entranhado nas rochas. A paisagem é forte e apelativa.
O director do projecto de reabilitação e modernização da Barragem, Ferreirinha Borges, disse que a ampliação de Cambambe vai dar maior capacidade ao complexo hidroeléctrico, um dos maiores de Angola. 
A primeira central, com quatro grupos geradores, faz parte de “uma pequena cidade subterrânea”, escavada na rocha. O acesso para a central faz-se através de um túnel, igualmente escavado nos rochedos. O túnel é fantástico pelo modo como foi concebido. 
A construção da segunda central de produção abrange obras de construção civil, abertura dos túneis hidráulicos e de restituição, túneis de acesso, condutas de água, cavernas e acabamentos.
A construção da segunda central eléctrica da barragem de Cambambe deve ficar concluída em 2016.

Parede mais alta

A elevação da parede da barragem de 102 para 130 metros, visando um maior aproveitamento do curso das águas do Kwanza, é um dos desafios dos engenheiros que dia e noite trabalham para tornar o projecto possível, numa empreitada que envolve quatro empresas internacionais de peso. 
A brasileira Odebrecht e as empresas alemã Voith, que fornece as turbinas, a francesa Alston, que fornece os geradores e a Engevix, outra brasileira, especializada em engenharia electrotécnica
Cambambe funciona actualmente com quatro grupos geradores, com capacidade de 45 megawatts cada, um dos quais está fora de serviço já há algum tempo, no âmbito do processo de modernização e ampliação da velha central.

Modernização das centrais

Aos poucos, em Cambambe o velho dá lugar ao novo. Este é um processo que vai modernizar a barragem hidroeléctrica e aumentar a sua capacidade, o que garante mais qualidade e fiabilidade. 
No rol de substituições, a velha mesa de comando, com mais de 50 anos, vai ser substituída por uma nova digital. “Todos os equipamentos com mais de 40 anos, vão ser substituídos por novos, para assegurar mais fiabilidade e segurança às nossas operações”, disse à imprensa Ferreirinha Borges. 
Painéis digitais de alta tecnologia vão controlar o desempenho do equipamento, a capacidade e a qualidade de geração de energia. Os velhos painéis, que vão sendo substituídos ainda se encontram lado a lado com os novos. 
Há um claro “chamamento à inovação”. Os 13 transformadores de elevação de tensão dos anos 70 estão a ser substituídos pelos novos. “Pretendemos garantir a fiabilidade e a qualidade da produção de energia eléctrica, evitar interrupções como as que temos nos últimos anos. Muitos fabricantes destes equipamentos, com 50 anos, já não existem”, explicou Ferreirinha Borges.
Por isso, prosseguiu, estamos a modernizar a barragem, substituindo o antigo pelo moderno, para optimizar a geração de energia. Dos 13 transformadores de tensão, um serve de reserva. O transformador é uma máquina capaz de baixar ou elevar a tensão eléctrica através de uma indução electromagnética capaz de transferir energia de um circuito para o outro. 
Outro sector renovado na barragem é a subestação ou linha de transporte, que tem material novo. Na subestação há “uma espécie de diálogo instalado”, um ruído permanente, próprio de um local que produz energia de alta tensão. 
A subestação eléctrica tem três linhas de transporte para Luanda, uma para a Gabela, uma para o Dondo e outra para Calulo. “É a partir desta subestação que fazemos a transferência de energia para outras províncias e municípios”, referiu. A 200 metros do descarregador de águas excedentes (as que não geram energia), vai ser construída uma ponte de serviço para dar acesso aos trabalhos de reabilitação e modernização.

Benefícios do programa

Com a total reabilitação e modernização da barragem de Cambambe, vai ser gerada energia para oito milhões de pessoas. Está prevista a criação de 1.500 postos de trabalho directos. As obras de reabilitação da barragem de Cambambe permitem uma maior disponibilidade de água e energia, o que permite desenvolver um pólo industrial regional, a qualificação de mão-de-obra, através de práticas que favoreçam a aprendizagem e aperfeiçoamento em trabalho.

Disponibilidade de energia

Ferreirinha Borges afirma que há necessidade de aproveitar, ao máximo, o potencial da barragem. Nesta perspectiva, precisou Ferreirinha Borges, a barragem beneficia de um projecto abrangente que inclui o seu alteamento. Com a conclusão do muro, o aproveitamento hidroeléctrico ganha mais 80 megawatts, juntando-se aos anteriores 180, o que eleva a capacidade para 260 megawatts. 
A primeira está numa espécie de “cidade subterrânea”. A que se encontra em construção está a ser concebida para ser uma central a céu aberto. 
Com esta fábrica hidroeléctrica, Cambambe fica muito mais reforçada no que toca à capacidade de geração de energia. Esta segunda infra-estrutura deve contar com quatro grupos geradores, cada um com capacidade para gerar 175 megawatts, o que perfaz 700 megawatts. 
Quando as obras de reabilitação e modernização da primeira central estiverem concluídas e entrar em funcionamento a segunda central, Cambambe vai ter uma capacidade agregada de 960 megawatts, o suficiente para cobrir as necessidades energéticas de oito milhões de pessoas.

Quotidiano dos engenheiros

Os dias de trabalho dos engenheiros são árduos e de permanentes cálculos. “Temos de trabalhar na base de precisão. Qualquer erro de cálculo, por mais ínfimo que seja, pode comprometer a obra”, disse José Araújo à reportagem do Jornal de Angola. 
Gisela Matias faz parte do grupo de engenheiros. A jovem engenheira electromecânica acompanha o processo de modernização de Cambambe. Há dois anos, Gisela Matias tem procurado contribuir para restituir à barragem a sua grandeza.
Gisela Matias e os seus colegas fazem o que mais gostam: trabalhar no campo e confrontar aspectos teóricos e práticos. “Gosto muito do que estou a fazer, é formidável, pois foi para estes desafios que me formei neste ramo. Trabalhar em engenharia electromecânica tem sido muito bom”, realçou.
Alfredo Lupambo, também formado em engenharia electromecânica, tem contribuído com a sua experiência na melhoria do potencial energético do país. 
O jovem engenheiro diz que os problemas que o país tem estado a registar no sector da energia vão ser ultrapassados em virtude do investimento que o Executivo faz no sector.

KUANDO-KUBANGO APOSTA NO FUTURO

O nome por que ficou conhecido o Kuando-Kubango depois do conflito armado, “Terras do fim do Mundo”, deixou de fazer sentido. Nos últimos três anos, o esforço de desenvolvimento da província transformou radicalmente a imagem que hoje possui. Quem a visitou em 2008 tem agora dificuldade em reconhecer os sítios por onde então passou. O progresso está a passar por aqui.
No início de 2008, a província, que foi das mais assoladas pela guerra, tinha apenas um hotel, ocupado por uma equipa de empreiteiros da Odebrecht, uma vez que pensões ou residenciais eram apenas uma miragem. Para o grupo de jornalistas que, em Fevereiro desse ano, visitou o Kuando-Kubango para avaliar no terreno o projecto de Reconstrução Nacional a que o Executivo estava a dar início, nenhuma classificação se adequava tão bem como a dada à província: estávamos, de facto, “nas terras do fim do mundo”.
Durante os 15 dias de trabalho que ali permanecemos, cada um tentou solucionar o seu alojamento conforme pôde. A boa vontade da população permitiu a cada um de nós arranjar um tecto, a maioria de chapa. A escassez de lojas era evidente. Compras só no mercado ou no “Nosso Super”. Se queríamos fazer um mata-bicho razoável, tínhamos de acordar cedo e procurar uma barraca. 
As estradas principais, secundárias e terciárias encontravam-se degradadas. Mesmo dentro de Menongue, as ruas principais estavam todas esburacadas. As estradas que ligam a cidade às restantes províncias encontravam-se em tal estado, que só mesmo em condições de grande necessidade as pessoas se metiam ao caminho. Ir ao Cuito- Cuanavale num todo-o-terreno, por onde nem estrada havia, era um desafio apenas aceite no desespero da sobrevivência.
Volvidos três anos, o cenário é bem diferente. Logo no aeroporto é difícil acreditar naquilo que estamos a ver, ao recordarmos a região desprotegida e cujo futuro quase parecia impossível de imaginar.
As evidências saltam à vista: hotéis, pensões, residenciais, estradas asfaltadas e outras em conclusão. Agora, as lojas para compra de alimentos, vestuário, material didáctico ou de construção, já não se contam pelos dedos. O cliente que quiser comparar preços tem de ter paciência para fazer uma ronda por todas e definir a melhor.
O Kuando-Kubango é um verdadeiro estaleiro de obras. É visível a reabilitação de estradas, a construção de escolas e centros de saúde. Estão a ser criados projectos de cooperativas agrícolas. Em curso está ainda a construção do Palácio da Justiça, de uma unidade de saúde com mais capacidade e a ampliação do Hospital Geral de Menongue. Por inaugurar estão a estação do caminho-de-ferro, centros médicos, estabelecimento de enchimento de gás e escolas.

O comboio está a chegar

A reportagem do Jornal de Angola constatou que também a nível da habitação há avanços significativos. A vice-governadora para a Área Económica, Verónica Mutango, disse que estão a ser construídas 200 casas em todos os municípios da província, no âmbito do programa do Executivo de construção de um milhão de habitações. “Estamos a trabalhar para que a nossa população não tenha problemas de habitabilidade e também para os quadros que vêm trabalhar para a província. Muitos dos quadros do país não aceitam vir para a nossa província por falta de condições de alojamento, mas não queremos ficar para trás no que diz respeito ao progresso, por isso estamos a fazer tudo no sentido de criar condições para as nossas populações”, explicou.
Neste momento, a novidade que está a entusiasmar a população é a chegada do comboio. Com ele, refere Verónica Mutango, chegaram também a melhoria do comércio e preços mais baratos. Estão ainda a ser concluídos os quatro eixos de ligação da província com o Huambo, Bié, Huíla, fronteira da Namíbia e Zâmbia. “A via Menongue/Luanda está em perfeitas condições. Agora estamos a trabalhar para concluirmos a via Menongue/Cuito Cuanavale”, frisou.

Superar dificuldades

Embora com algumas dificuldades, o sector da educação está a cumprir o seu papel, afirma a vice-governadora. Há falta de docentes, “mas acreditamos que com o funcionamento de instituições do ensino superior, vamos ter quadros e evitar o problema dos estudantes que abandonam a província para terminar os seus estudos e depois não voltam mais”.
Ainda existem muitas crianças fora do ensino escolar, mas foi lançado o programa operativo e a prioridade é a construção de 110 escolas. “No próximo ano, já vamos ter escolas com seis e sete salas”, adiantou.
Relativamente à saúde também existem muitas dificuldades. A vice-governadora garantiu que este sector não está de fora das prioridades, antes pelo contrário. Está prevista a construção de centros a nível das comunidades e a cobertura dos serviços básicos de saúde. “No programa de combate à pobreza existe um subprograma relativo aos cuidados primários de saúde. Ainda não temos a situação totalmente controlada, mas estamos a trabalhar para isso”, esclareceu.Verónica Mutango realçou que a província, através dos Serviços de Protecção Civil e Bombeiros, está preparada para acudir às populações em qualquer situação que venha a surgir. As instituições hospitalares também estão em alerta no que concerne às doenças que surgem de forma súbita nesta época chuvosa.

Mini-hídricas em perspectiva

O abastecimento de energia eléctrica e de água é um dos mais complicados problemas que o Kuando-Kubango tem de enfrentar. Em Menongue, os cortes de luz são constantes e à noite o som dos geradores toma conta da cidade.
Este problema está superado em parte, disse a vice-governadora, “uma vez que o sector de energia prevê a construção de mini-hídricas, duas das quais projectadas para as zonas do Pele e Missonbo. Tudo isso vai minimizar a situação, até que se tomem outras medidas e que nos dêem a cem por cento energia e água”.
A nível agrícola, está a ser dado apoio às populações para que sejam criadas associações de camponeses e cooperativas. “O que se constata na província é a existência de uma agricultura familiar e de subsistência. Mas nós estamos a trabalhar no sentido de fazer com que haja outros projectos colectivos e que o comércio rural seja amplo.”

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

MISS ANGOLA 2012 É DA PROVINCIA DO CUNENE

Marcelina Vahekeny é a Miss Angola 2012, da província do Cunene, substituindo Leila Lopes, a Miss Universo 2011, que teve a honra de entregar a coroa, no sábado passado. A gala, preenchida com muita luz e cor e realizada no Centro de Conferências de Belas, contou com a presença do Presidente da República José Eduardo dos Santo e da Primeira-Dama Ana Paula dos Santos.
Marcelina Vahekeny disputou a coroa de Miss Angola entre 24 candidatas provenientes das 18 províncias do país e da diáspora (Portugal, África do Sul, Namíbia, Canadá, Reino Unido e Benelux).
O concurso elegeu também como primeira-dama de honor a candidata de Luanda, Manuela Agostinho, e a faixa de segunda dama de honor foi atribuída à concorrente da Lunda-Sul, Izilda Silva.
Marcelina Vahekeny, de 21 anos, é estudante universitária do curso de Gestão de Recursos Humanos e vai representar o país no próximo concurso Miss Universo 2012, onde pretende chegar aos lugares cimeiros. “Estou orgulhosa e feliz por ser a primeira concorrente do Cunene a vencer o título de Miss Angola. Agradeço a Deus por me ter dado esta dádiva, penso que esta conquista é fruto da humildade, dedicação e pontualidade, que são as minhas principais qualidades. O meu objectivo agora é trabalhar para obter a melhor classificação possível no Miss Universo”, disse a nova miss Angola.
A substituta de Leila Lopes afirmou que durante o seu mandato vai dar maior prioridade à luta contra a violência doméstica, “porque é um problema que tenho acompanhado de perto e vejo a destruição de muitas famílias, deixando várias crianças órfãs, um fenómeno que tem impedido a convivência salutar da sociedade”, referiu.
A ministra da Cultura, Rosa Cruz e Silva, um dos membros do júri, considerou que a escolha da nova miss foi feita de acordo com os critérios do Comité Miss Angola, “que definiu a elegância, beleza e inteligência como as principais características e notámos que ela possuía as qualidades exigidas, por isso venceu”. A ex-miss Angola Emília Guardado considerou a gala um grande espectáculo, “acho que a vencedora foi bem escolhida e que tem qualidades suficientes para concorrer ao próximo Miss Universo. As angolanas estão sempre preparadas e já demonstraram que são capazes”.
Emília Guardado foi a primeira concorrente angolana a participar no Miss Universo. “A minha experiência no concurso Miss Universo foi maravilhosa, gostei de lá estar, apesar de ter sido mais difícil para mim, porque fui a primeira angolana a concorrer a esse título. Mas a eleição de Leila Lopes foi a melhor coisa que podia ter acontecido para Angola, porque só fez aumentar a credibilidade do nosso concurso. Pessoalmente, fiquei muito feliz e satisfeita”, disse a ex-miss.

O presidente do Conselho de Administração do Banco de Poupança e Crédito, Paixão Júnior, considerou o concurso competitivo. “Estou convencido que os jurados chegaram ao resultado mais certo. Das três finalistas, já previa que duas haviam de estar, significa que o trabalho do júri foi sério, porque nós apenas vimos a beleza exterior, não aprofundámos, como os jurados fizeram, ao avaliarem as qualidades interiores de cada uma delas. Por isso, acho que todas têm condições para concorrer a Miss Universo”, sublinhou.
O actor brasileiro Eriberto Leão, que fez parte da mesa do júri, considerou que a escolha foi difícil: “Acho que todas elas têm qualidades de voltar a conquistar a coroa de Miss Universo. Foi difícil escolher a vencedora, tanto que até fui dos júris que mais deu nota dez, porque fiquei encantado com a beleza das angolanas”.
A Miss Universo Leila Lopes desejou à sua sucessora sucessos durante o seu reinado, “gostava de ser substituída também por ela no Miss Universo 2012. Acho que ela tem princípios de uma boa Miss, que são a educação, humildade e a pontualidade”.Leila Lopes considerou a coroação do Miss Angola como um marco na sua vida, “o princípio da minha jornada começou quando me tornei Miss Angola, título que significa para mim um grande orgulho, porque é uma honra representar a beleza da mulher angolana.
A coroa da Miss Universo não é apenas minha, mas sim de todos nós, este sonho só foi possível graças ao apoio e empenho de todos, agradeço à Madrinha do Comité, a Primeira-Dama Ana Paula dos Santos”, disse. 
A mais bela do mundo promete continuar a trabalhar para elevar o nome de Angola até ao mais alto nível: “como Miss Universo, prometo elevar o nome de Angola ao mais alto nível possível, demonstrar o desenvolvimento que o país tem almejado, muito obrigada a todos os angolanos”.
A gala, que esteve repleta de elegância e “glamour”, distinguiu ainda a miss fotogenia, a concorrente do Uíge, miss simpatia, da África do Sul e a miss acção social, da Lunda-Sul, que também foi premiada por ser portadora do melhor traje tradicional. A festa contou com a animação dos músicos Matias Damásio e Guy Destino.

COLOCAÇÃO DE ASFALTO NAS RUAS DE ONDJIVA

A aplicação de asfalto nas ruas do bairro Pioneiro Zeca e do centro da cidade de Ondjiva, no Cunene, começa este mês, garantiu um responsável da empresa encarregada das obras, avaliadas em cerca de 38 milhões de kwanzas.
O contrato entre o governo provincial e a empresa que vai executar os trabalhos foi assinado na quinta-feira.
A aplicação do asfalto, que deve estar concluída dentro de oito meses, vai ser levada a cabo nas ruas Miguel Ângelo, Ochietequela, Heróis da Cahama, Agostinho Neto, Rainha Necoto, 8 de Março, ­Deolinda Rodrigues, 4 de Janeiro e da Juventude.
O contrato assinado prevê também a construção de um sistema de ­drenagem das águas da chuva em Ondjiva, onde decorrem várias obras de impacto social.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

GOVE DA LUZ AO HUAMBO

A província do Huambo pode, em breve, começar a receber energia eléctrica a partir da barragem do Gove, afirmou, à Rádio Nacional de Angola, o director de engenharia e gestão de programas da Empresa Nacional de Electricidade (ENE).
As linhas de transporte de energia que ligam as subestações de Belém, do Benfica e da Caála à barragem hidroeléctrica do Gove, disse, devem ficar concluídas até Fevereiro do próximo ano.
Joaquim Boaventura declarou que parte da linha de transporte de energia eléctrica, do Gove à cidade do Huambo, está quase pronta faltando apenas concluir a que liga as cidades do Huambo e do Cuito.
As obras de instalação das redes de baixa e de média tensão e de iluminação pública, na cidade do Huambo, garantiu Joaquim Boaventura, terminam em Agosto.
O director de engenharia e gestão de programas da ENE disse estar satisfeito com a celeridade dos trabalhos de reabilitação das redes de média e baixa tensão e de iluminação pública na cidade do Huambo.

Relançar o desenvolvimento

O projecto de recuperação da barragem do Gove foi aprovado, em sessão do Conselho de Ministros, no final de 2007, com o objectivo de relançar o desenvolvimento social e económico das regiões centro e sul do país. 
A materialização do plano permite igualmente o fornecimento regular de água ao projecto Xangongo-Ondjiva, Santa Clara-Namibe, de energia eléctrica às províncias do Huambo do e Bié, além de contemplar os perímetros irrigados ao longo do rio Cunene.
O projecto de reabilitação da barragem hidroeléctrica do Gove compreende a instalação de três novas turbinas de 20 megawatts cada uma, que permitem abastecer localidades das províncias do Huambo, Bié e de Benguela. Grande parte das torres de distribuição de energia eléctrica necessárias para o percurso que liga o Huambo ao sector do Gove já foram montadas. Além disso, foram desminados mais de meia centena de quilómetros para a instalação das linhas de transporte de energia.

Postos de trabalho

As obras de recuperação da barragem hidroeléctrica do Gove, a cargo de uma multi-nacional estrangeira, criaram cerca de 800 postos de trabalho, na maioria ocupados por jovens da região da Caála, Cuima e Gove, na província planáltica do Huambo. 
A barragem do Gove, na comuna do Cuima, município da Caala, vai potenciar projectos de irrigação agrícola na região. 
A construção da infra-estrutura da barragem do Gove começou a ser feita na década de 1970, mas foi interrompida devido à guerra queassolou o país durante cerca de três décadas.

sábado, 26 de novembro de 2011

PRODUÇÃO DE GAS NATURAL EM ANGOLA

O projecto Angola LNG deve garantir a Angola a entrada no Fórum de Países Exportadores de Gás (GECF, na sigla em inglês), que tem actualmente apenas cinco membros africanos, prevê a Economist Intelligence Unit (EIU) num estudo publicado segunda-feira.
“Embora Angola planeie vários outros pequenos projectos de LNG, é improvável que se torne num exportador global significativo de LNG, dadas as suas reservas relativamente pequenas”, considera o estudo da EIU.
“Apesar disso, a incursão de Angola na GECF ia estimular os esforços do país para desenvolver a sua presença nos palcos regionais e internacionais”, acrescenta o relatório daquele centro de estudosbaseado no Reino Unido.
Com a Sonangol como concessionário e operador, a americana Chevron, a britãnica BP, a francesa Total e a italiana ENI, o projecto está localizado na província do Soyo e inclui um gasoduto de 500 quilómetros, que liga seis blocos no mar (1, 2, 14, 15, 17 e 18) às instalações de liquidificação, a partir de onde o gás é exportado.
Segundo o relatório, o objectivo de produção anual é de 5,2 milhões de toneladas de gás natural, que até agora eram queimadas nos poços petrolíferos angolanos.
Angola prepara-se também para leiloar vários blocos petrolíferos em terra na região do Kwanza, onde a exploração tem conhecido poucos avanços nos últimos 30 anos, segundo a EIU.
Esta foi a primeira região do país onde foi descoberto petróleo, no ano de 1955, mas os trabalhos de exploração foram abandonados no início da década de 1970.

“O Executivo espera que, através da reactivação das actividades de exploração na região, se aproxime do seu objectivo de produção nacional de dois milhões de barris de petróleo por dia”, sublinha a EIU.
A zona está dividida em 23 blocos de 1.024 quilómetros quadrados cada, dos quais apenas um está concessionado - o “A”, entregue à companhia Total (49 por cento) e Sonangol (51 por cento).
Os economistas do centro de estudos britânico dizem que o leilão deve “atrair forte interesse”, devido à resposta positiva dada pelos investidores à ronda de licenciamento no mar realizada em Janeiro e a proximidade da zona a Luanda. 
A Economist Intelligence Unit estima que graças ao início da produção de gás natural em Angola, o crescimento do Produto Interno Bruto angolano vai registar um “impulso significativo” em 2012, para próximo dos dois dígitos.
A produção de gás natural, após um investimento de nove mil milhões de dólares liderado pela Chevron e pela Sonangol, vai iniciar em Dezembro, “vários meses antes do previsto”, e a recente descida dos preços do combustível no principal mercado de exportação, os Estados Unidos da América, está a levar as petrolíferas a voltarem-se também para a Ásia.
Os economistas do Economist Intelligence Unit apontam para um crescimento do Produto Interno bruto de 9,9 por cento em 2012, equivalente a 3,8 pontos percentuais acima do previsto para este ano, após o que deve abrandar para 7,1 por cento em 2013 e 5,6 por cento em 2014.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

LINGUAS NACIONAIS NO ENSINO PUBLICO EM ANGOLA

O director-geral do Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento da Educação (INIDE), David Chivela, revelou ontem, em Luanda, que, dentro de dois anos, as línguas nacionais vão ser leccionadas no ensino primário.
Em declarações à comunicação social, à margem da cerimónia de abertura das segundas jornadas científicas e pedagógicas do INIDE, David Chivela sublinhou que, numa primeira fase, as línguas nacionais vão ser leccionadas até à terceira classe. 
O projecto de ensino das línguas nacionais está em curso, com a formação de professores. As línguas que já possuem gramáticas e ou dicionários, como o kimbundu, kicongo, nhaneka humbi, umbundo, nganguela, ochikuanhama e cokwe, são prioritárias.
“Entendemos que devemos ir devagar e com segurança, por isso, estamos a formar os professores para não deturparmos o real valor, o papel e a influência das línguas nacionais”, sublinhou David Chivela.
Sobre as segundas jornadas, que terminam hoje, o director David Chivela afirmou que o INIDE estimula a qualidade de ensino, acrescentando que o órgão que dirige procura melhorar a metodologia e o programa do professor, com novos conteúdos.
Espera-se, acrescentou, que os novos conteúdos não sejam muito volumosos, “porque, às vezes, não se coadunam com o tempo de ensino”. O gestor David Chivela, falando dos novos conteúdos, afirmou que “são módulos de carácter transversal que têm a ver com a questão da saúde escolar, a saúde reprodutiva, a preservação do meio ambiente e o combate ao VIH/SIDA, para que os alunos estejam actualizados”. Quanto às mudanças que possam ocorrer no ensino da História de Angola, o director do Instituto de Desenvolvimento da Educação, David Chivela, disse existir uma equipa que realiza visitas a aldeias do país, a alguns países africanos e a Portugal.
As primeiras jornadas foram realizadas em 2003, quando foram lançadas as bases da Reforma do Sistema Educativo.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

"AKWÁ" DIZ QUE DICIPLINA E FUNDAMENTAL NA SELECÇÃO

O antigo "capitão" da Selecção Nacional de Futebol, Fabrice Alcebiades Maieco "Akwá" afirmou ontem, à Angop, que Angola terá de ser disciplinada e muito empenhada no Grupo B do CAN 2012, para ultrapassar a Costa do Marfim, Sudão e Burkina Faso.
Reagindo ao sorteio da competição, realizado no sábado, em Malabo, o deputado à Assembleia Nacional referiu que teoricamente a Costa do Marfim é o adversário mais forte, “mas não existem no futebol oponentes intransponíveis”.
O autor do golo que deu o inédito apuramento dos Palancas Negras para o Mundial da Alemanha 2006 acrescentou que jogar na primeira jornada diante do Burkina Faso e depois com o Sudão pode ser bom para Angola, por serem teoricamente menos difíceis, para mais tarde, na última partida, defrontar o principal favorito do evento, liderado por Didier Drogba.
Para o maior goleador na história das selecções nacionais, Angola conhece bem os três adversários e mesmo a Costa do Marfim já perdeu com os Palancas Negras, por 1-2, num jogo amistoso.
Akwá afirmou que espera uma participação que iguale ou supere os quartos-de-final das edições do Ghana 2008 e Angola 2010, fundamentalmente depois da garantia do presidente da FAF, Pedro Neto, de que estão acautelados factores como o pagamento dos prémios à equipa técnica e atletas, estágio e jogos com adversários fortes.

ANTOLOGIA POETICA LANÇADA EM LUANDA

A antologia poética "Canto misterioso que me encena com os pés", de António Gonçalves, foi apresentada na sexta-feira, na sede da União dos Escritores Angolanos (UEA), em Luanda.
Numa sessão orientada pelo secretário-geral da UEA, Carmo Neto, o livro, composto de poemas e ensaios, foi apresentado pelo professor universitário António Quino, que realçou as qualidades do autor, centrando-se em citações do próprio livro. 
Na nota introdutória, o autor do livro refere que "a presente antologia pretende resolver algumas inquietações de ordem espiritual, sendo a primeira relacionada com uma homenagem a Ricardo Manuel, um poeta português que estendeu a mão a vários jovens angolanos, que viam na poesia a arte suprema da palavra e suporte espiritual de uma humanidade decadente".
O livro está dividido em três partes, incluindo nove textos de crítica literária. Editado pela UEA, a antologia tem prefácio da brasileira Carmen Lucia Tindó Secco, docente de literatura africana na Universidade Federal do Rio, (Brasil).
No prefácio, a investigadora brasileira considera a obra "algo que se institui como metapoesia, pois muitos são os poemas do livro em que o eu lírico se reflecte sobre o seu fazer literário e sobre os próprios caminhos poéticos trilhados pelo autor". 
Segundo Cármen Lúcia Tindó Secco, a significação metafórica dos pés é muito rica, abrindo-se a várias interpretações, pois “os pés marcam o início de uma viagem”. Victor Kajibanga, Norberto Costa, Manuel Garcia Verdecia, Luís Pavón Tamayo, Martha Cordiés Jackson Rogelio Martinez Fure, Xosé Lois Garcia e Tarcísio Evaristo são outros os autores dos textos críticos apresentados na referida antologia.
António Gonçalves nasceu a 10 de Agosto de 1960, em Luanda. Foi secretário-geral da UEA e recentemente desempenhou as funções de conselheiro cultural da embaixada de Angola em Cuba.

É autor de "Gemido de Pedra" (1994), “Verso Libertinos” (1995), “Adobe Vermelho” (1996), “África que observo com os dedos” (2002), “Cenas que o museke conheceu” (novela, 2003) e “A Quinta estação do tempo”, das quais algumas são bilingue (português e espanhol). O escritor tem participado em eventos internacionais de poesia, como no X Festival realizado recentemente na Costa Rica, e a sua obra integra várias antologias, como a Antologia da Poesia Universal Contemporânea (Poetas do Século XXI), edição de 2010. 
“Canto misterioso que me encena com os pés” tem 157 páginas e está à venda a 1.500 kwanzas.

ODEBRECHT GANHA O PREMIO "PROJEKTA BY CONSTROI ANGOLA 2011

A empresa brasileira de construção civil Odebrecht arrebatou, na noite de sábado, o prémio de melhor participação na nona edição da "Projekta by Constrói Angola 2011", que decorreu nas instalações da Filda, em Luanda. 
A cerimónia de entrega de prémios, que marcou o encerramento da nona edição da feira de equipamentos e materiais de construção civil, obras públicas, urbanismo e arquitectura, distinguiu as empresas e países que mais se destacaram.A fábrica de cimento do Kwanza-Sul foi galardoada pela melhor participação em produtos nacionais, enquanto a empresa ACARL Angola venceu na categoria de construção civil e obras públicas. A empresa Cimianto Lucral foi premiada pela melhor participação em produtos e inovações, enquanto a Pinto e Leite venceu na categoria de melhor exibição em arquitectura e planeamento.
A Movi Cortes-Angola obteve o prémio de melhor exposição no sector das máquinas e equipamentos industriais, enquanto no sector de materiais de construção civil venceu a Civep Contravem-Angola.A empresa de projectos e consultoria de engenharia A400 arrebatou o prémio na área de engenharia e o troféu para a melhor participação no ramo de serviços de construção civil e obras públicas ficou com a empresa Pro Ngil.
Pela melhor presença internacional, a feira distinguiu a Associação Empresarial de Portugal (AEP), que garantiu a participação de 60 empresas lusas de vários ramos da construção civil.
A nona edição da feira contou com a participação de 372 expositores oriundos de Portugal, Espanha, Itália, Alemanha, China, Brasil e a estreante Turquia. 
O presidente do Conselho de Administração da Feira Internacional de Luanda, Matos Cardoso, pediu aos empresários que colaborem na criação de mecanismos que visem uma redução significativa dos preços das habitações que se situem acima dos 50 mil dólares norte-americanos. "As populações infelizmente não possuem condições para suportar os custos de uma habitação a preços acima de 50 e 80 mil dólares. Por isso, as empresas devem projectar casas sociais", ressaltou. Segundo Matos Cardoso, a redução dos preços das habitações vai permitir o crescimento acelerado do mercado imobiliário e da economia nacional. 
Por seu lado, o director da Arena Direct, Bruno Albernaz, disse que a feira, que no próximo ano completa dez anos, apoia a promoção de políticas sociais que estimulem o desenvolvimento económico sustentado e o incremento da qualidade de vida das populações.

"A introdução de um espaço dedicado ao planeamento, gestão urbanística e arquitectura contribui para a melhoria das condições dos centros habitacionais", realçou. 
A feira "Projekta by Constrói Angola" é organizada pela FIL em parceria com a empresa Arena Direct. Este ano, promoveu um ciclo de conferências com a Associação dos Empreiteiros de Construção Civil e Obras Públicas de Angola (AECCOPA).
Durante três dias foram debatidos os temas "Construção e desenvolvimento em Angola", "Construção acelera crescimento da economia a retalho: um novo motor do sector da construção", "Habitação - da necessidade à qualidade."

ADMINISTRADOR DO AMBOIM PEDE PARTICIPAÇÃO DOS JOVENS

O administrador do Amboim, Rui Miguel, lançou ontem, na cidade da Gabela, um apelo aos jovens para que se associem aos esforços do governo para a concretização dos programas que visam o desenvolvimento socioeconómico do município.
O responsável disse que o município enfrenta dificuldades de vária ordem e precisa dos esforços conjugados dos seus habitantes para ultrapassar tais problemas, principalmente os ligados aos jovens, a força motriz de qualquer sociedade. O administrador do Amboim apontou o sector social como o que mais carece de investimentos imediatos, para se dar resposta aos anseios das populações.
Os sectores da saúde e da educação, disse Rui Miguel, precisam de reajustes em termos de aplicação dos recursos humanos e financeiros, sublinhando que as verbas que lhe são destinadas têm de atenuar as dificuldades, ao contrário do que acontece na prática.
O Programa Integrado de Desenvolvimento Rural e Combate à Pobreza e um outro relacionado com os cuidados primários contemplam quotas financeiras para os sectores da saúde e educação, mas, de acordo com o administrador, ainda não foi conseguida a eficácia esperada, devido à má aplicação desses recursos.
No caso particular do sector da educação, defendeu a necessidade da desburocratização da área, sublinhando que a sede do município concentra um maior número de professores, em detrimento da zona rural, que enfrenta uma grande crise de quadros.
O sector tem uma rede de 25 escolas de carácter definitivo e 24 de construção provisória, frequentadas por um total de 381.744 alunos da iniciação à 12ª classe. No entanto, e apesar de dispor de 1.123 professores, estes não são suficientes para dar resposta às necessidades, o mesmo acontecendo com os estabelecimentos escolares, deixando de fora do sistema 6.258 crianças.
Quanto à saúde, a rede sanitária compreende dois hospitais municipais, sendo um na sede e outro na Boa Entrada, seis centros de saúde, 11 postos de saúde e cinco móveis do PAV. O corpo clínico é constituído por 13 médicos, dos quais apenas dois nacionais, e 175 enfermeiros.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

MADIBA PODE LEVAR PAIHAMA E "XIETU" A TRIBUNAL

Os Serviços de Apoio ao Presidente da República encaminharam para o Tribunal Supremo uma queixa-crime apresentada pela empresa Prevel Organizações Joravi contra o actual ministro dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, Kundi Paihama, e o director geral da Caixa de Segurança Social das Forças Armadas, general João Luís Neto “Xietu”.
O grupo de assessores do Presidente da República pediu maior celeridade desta instituição no esclarecimento do caso, relacionado com o suposto esbulho que o empresário José Figueira Victor, sócio maioritário da empresa queixosa, diz ter sofrido por parte de uma empresa de interesse do então ministro da Defesa, que acabou por ficar com o Complexo Turístico Madiba.

Num documento enviado ao Procurador-Geral da República, João Maria de Sousa, o queixoso denuncia igualmente que num manifesto desvio e abuso de poderes ou de funções públicas, o Complexo Turístico Madiba se encontra em posse e na gestão da empresa de ‘interesse familiar do general Kundi Paihama e que ali procede a exposição e venda de carros de luxo, designadamente a empresa TS – Investimentos, Lda, cuja propriedade é atribuída aos Tulumbas”. Esta empresa possui sede no Lubango, Huíla, e uma filial em Luanda, na rua Francisco das Necessidades Castelo Branco.

Consta ainda na mesma denúncia que o mesmo complexo, enquanto prédio rústico (terreno), sito no sector do Talatona, município da Samba, descrito na Conservatória Predial de Luanda tem o direito de superfície constituído a favor do ministro, em representação da Caixa de Segurança Social das FAA e do Ministério da Defesa.
Situada na avenida Pedro de Castro Van-Dúnem ‘Loy’, o referido complexo turístico era gerido pela Prevel na base de um acordo que esta firma rubricou com a Caixa de Segurança Social das FAA.

Mas a Caixa de Segurança Social, dirigida pelo general na reserva José Luís Neto “Xietu”, rompeu unilateralmente o contrato com a gestora do Complexo Turístico Madiba, invadiram e tomaram de assalto a referida infra-estrutura com cerca de 50 homens fortemente armados, pertencentes à Polícia Militar do Comando da Guarnição de Luanda. Mantiveram o empresário ‘preso’ no seu interior durante três dias.
A ‘invasão’ desrespeitou a sentença 76/04, do dia 25 de Agosto, em que a 2a secção da Sala de Cível e Administrativo do Tribunal Provincial de Luanda condenava a Caixa de Segurança Social/Ministério da Defesa a “se abster de perturbar e ameaçar a posse” da Prevel. 

Foi também ignorada outra decisão judicial, com o número 117/07, de 19 de Outubro de 2007, que sentenciava a instituição do general ‘Xietu’ e o ministério ‘a não perturbarem a posse da autora (PrevelOrganizações Juravi), relativamente ao Complexo Turístico Madiba, independentemente da caducidade do contrato para exploração e gestão do referido complexo, até ao pagamento de todas as obrigações pecuniárias a que esta tem direito’.
Há três anos, a juíza Paula Rangel Cabral não deu provimento a um recurso apresentado pela defesa da Caixa de Segurança Social das FAA, representada pelo advogado João Lenda. E a magistrada requisitou força pública para que se procedesse a entrega do Complexo Turístico Madiba à Prevel, solicitando ao então comandante provincial de Luanda da Polícia Nacional, Joaquim “Quim” Ribeiro que fornecesse efectivos suficientes para o asseguramento da entrega daquelas instalações.

Mas os advogados da Caixa obviaram a execução da sentença e ofereceram-se a pagar uma caução, que seria depositada numa conta aberta no Banco de Poupança e Crédito (BPC). A promessa nunca foi concretizada, segundo apurou este jornal. A Caixa de Segurança Social, que transferiu a gestão do espaço para a ST Investimentos, devia pagar três milhões de dólares pelas melhorias realizadas no espaço, que acrescida a outras obrigações ultrapassaria os sete milhões de dólares, sem os juros incluídos.
Na altura, uma fonte deste jornal contou a O PAÍS que o valor era muito elevado, razão pela qual o Ministério Público aconselhara as partes em conflito, nomeadamente a Caixa de Segurança Social das FAA/Ministério da Defesa e a Prevel a negociarem os montantes da indemnização.

Tentativa goradaO ex-ministro da Defesa, apresentado pela acusação como um dos
beneficiários do complexo em causa, chegou de convocar o empresário e militar na reserva José Victor para que este prestasse informações sobre a penhora que sofrera instigado pelo antigo pelouro de Kundi Paihama e a Caixa de Segurança Social das Forças Armadas.
Testemunhado por alguns oficiais superiores das FAA, José Victor usou uma esferográfica que o MPLA apresentou na última campanha eleitoral, podendo projectar a imagem do presidente deste partido, José Eduardo dos Santos.
O facto de a luz com a imagem do também Chefe de Estado ter sido projectado em direcção do actual ministro dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria foi motivo suficiente para que este acusasse supostamente o empresário de lhe ter causado um mal-estar.
José Victor relatou o sucedido ao Bureau Político, uma vez que se pretendia uma peritagem à esferográfica em causa e não tinha confiança nos indivíduos encarregues por tal trabalho. “Achava conveniente a sua devolução às estruturas competente do partido no poder, onde foi adquirida, porque as canetas foram distribuídas aos milhares pelo país como material de propaganda”, lê-se um documento que O PAÍS apurou.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

PORTO AMBOIM DE REGRESSO AOS TEMPOS AUREOS

Porto Amboim, antiga Benguela Velha, na província de Kwanza-Sul, assinalou, no dia 15 de Outubro, 424 anos da sua elevação à categoria de cidade, com o signo de progresso e optimismo dos seus habitantes.
A localização geográfica, potencialidades piscatórias e agrícolas fazem da cidade de Porto Amboim o destino promissor de muitos angolanos, que nela se revêem e de que se orgulham. 
À semelhança de outros municípios da província do Kwanza-Sul e do país, em geral, o desenvolvimento da cidade esteve condicionado pelos efeitos colaterais do conflito armado, circunstâncias que causaram o adiamento de muitos projectos que visavam o seu desenvolvimento social, económico e cultural. 
Outro factor constrangedor deveu-se ao facto de muitos filhos da terra partirem para outras localidades do país e para o estrangeiro, em busca de soluções do ponto de vista da formação académica e técnicoprofissional, uma vez que o município e a província não dispunham de ofertas, nos referidos domínios.

Êxitos alcançados

De acordo com o administrador Francisco Kapassola, com o alcance da paz definitiva, em Angola, o Executivo gizou programas e projectos para que a cidade pudesse reavivar e resgatar o seu potencial agropecuário e industrial, no âmbito regional e nacional. É assim que, hoje, são visíveis os níveis de desenvolvimento, nos mais variados aspectos, com destaque para os sectores da indústria piscatória, agropecuária, indústria transformadora e nos sectores sociais. 
O maior orgulho da administração do município resulta do dinamismo verificado no sector privado, que vem dando o seu contributo para o desenvolvimento de Porto Amboim, muito em particular das empresas do ramo das bebidas e de água mineral, entre outras.
A Peskwanza, apesar do momento não menos bom que está a viver, é, em seu entender, um gigante com perspectivas promissoras na captura, congelação e transformação de pescado e, segundo os responsáveis da empresa, aguarda-se por um investimento para dinamizar o seu funcionamento.
A implantação na localidade de empresas ligadas ao sector petrolífero, nomeadamente, a Paenal e a Heerema Group, tal como o início da construção da subestação da Empresa Nacional de Electricidade (ENE) constituem apostas que transformaram a cidade de Porto Amboim num verdadeiro "pólo de desenvolvimento". Os ganhos estão à vista de todos, a começar pela garantia de empregos directos aos habitantes da região, sublinhou o responsável administrativo.
O desenvolvimento da cidade, acrescentou, não está apenas nos sectores da agropecuária e indústria, pois a rede hoteleira está em franco crescimento, aliado ao seu potencial turístico, que encanta todos que ali se deslocam.
O desenvolvimento de Porto Amboim, segundo Francisco Kapassola, constitui a aposta de todos, com base em projectos concebidos pelo conselho municipal de concertação e auscultação social.

Projectos sociais

Para além do potencial em recursos naturais, os habitantes são exímios trabalhadores em todos os sectores. Todos os dias, operários, camponeses e comerciantes se empenham em executar várias tarefas e, assim, vão transformando a cidade num verdadeiro estaleiro de obras.
A administração traçou um plano de desenvolvimento municipal para responder às reais necessidades das populações e imprimir nova dinâmica ao contexto social e económico. Mas, a crise financeira e económica teve repercussões negativas sobre o programa, um atraso verificado na revisão do Orçamento Geral do Estado, que provocou a paralisação de muitos projectos que, agora, vão ser executados, no âmbito do Programa de Combate à Fome e à Pobreza.
Por isso mesmo, considerou que um dos grandes desafios da administração municipal é a execução de projectos sociais que respondam às necessidades prementes das populações. A continuação da construção do novo porto pelo Executivo é, na sua perspectiva, a esperança da revitalização da actividade pesqueira e ponto de partida para o desenvolvimento do município.
As acções de saneamento do meio, a construção de uma rede de distribuição de água potável, na sede e nos arredores, a requalificação da cidade, entre outras acções, são para o administrador as grandes prioridades para os próximos tempos. Os sectores da Saúde e da Educação do município vivem várias dificuldades para dar resposta às necessidades das populações. Por isso, as autoridades locais redobram esforços para alterar o quadro.
A rede sanitária conta com um hospital municipal, com 85 camas para internamento, três centros médicos e 13 postos de saúde. O corpo clínico é constituído por 19 médicos, dos quais 16 estrangeiros e três nacionais, 80 enfermeiros de vários escalões e nove técnicos.
Os casos de paludismo, doenças respiratórias e diarreicas agudas são as principais enfermidades entre a população daquela parcela da província do Kwanza-Sul.
Quanto à educação, o sector comporta uma rede escolar de 201 salas, estando, neste ano lectivo, matriculados um total de 26.480 alunos, nos vários subsistemas de ensino. As aulas são garantidas por 720 professores.
Apesar dos indicadores de crescimento, o município apresenta ainda carências, em termos de infra-estruturas escolares e professores. A situação está a contribuir para que um total de quatro mil crianças, dos seis aos 14 anos, fique fora do sistema. A pesca constitui o sector primário da economia da localidade, mas vive imensas dificuldades, devido à degradação das infra-estruturas e de equipamentos de pesca, falta de incentivos financeiros, entre outros condicionalismos. Os responsáveis apontam também a concorrência desleal de embarcações industriais de alto porte.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

JOGO DO TITULO DO GIRABOLA VAI SER DISPUTADO EM CALULO

O Benfica de Luanda e o Recreativo da Caála abrem hoje, às 16h00, no estádio da Cidadela, a 28ª jornada do Campeonato Nacional de Futebol da I Divisão, cujo destaque recai para o desafio de amanhã, na vila de Calulo, entre o Recreativo do Libolo e o Kabuscorp do Palanca. 
As águias encontram-se no 14º lugar do Girabola com 29 pontos, enquanto o conjunto do Planalto Central ocupa o quinto posto com 42. Na primeira volta o Benfica perdeu no estádio dos Kuricutelas, por 2-1.
Um desafio em que os encarnados da capital estão proibidos de perder, já que uma derrota os deixa mais aflitos na zona de despromoção, enquanto o conjunto do Recreativo da Caála tem garantida a manutenção para o Girabola-2012.
Luís Mariano, técnico do Benfica, espera desforrar-se do desaire da primeira volta, para fazer jus ao favoritismo na condição de anfitrião.
A ronda prossegue amanhã, às 15h00, na cidade de Benguela, onde o 1º de Maio defronta o ASA no estádio Eldefrides Costa (ex-Municipal), enquanto na Cidadela, às 16h00, o 1º de Agosto enfrenta o FC Cabinda. Para a mesma ronda, a Académica do Soyo recebe, também amanhã, às 15h30, o Progresso do Sambizanga no estádio dos Embondeiros, na vila petrolífera da província do Zaire. O Santos FC joga com o Sagrada Esperança amanhã, às 15h30, no estádio 11 de Novembro, também num dos jogos importantes da ronda. 
Para a conclusão da 28ª jornada, o FC Bravos do Maquis recebe, às 15h30, na próxima quarta-feira, o Interclube no estádio Jonas Kufuna Mundunduleno. À entrada desta ronda, o Recreativo do Libolo lidera a tabela classificativa do Girabola com 53 pontos, mais um que o Kabuscorp, enquanto a Académica do Lobito encontra-se na “cauda” com apenas 12 pontos .

CAFUNFO COM NOVA REDE DE ENERGIA ELECTRICA

A população da vila do Cafunfo, 45 quilómetros da sede municipal do Cuango, província da Lunda-Norte, vai, a partir dos próximos dias, contar com uma nova rede eléctrica, com a entrada em funcionamento da linha de média e baixa tensão.
A informação foi dada na terça-feira pelo responsável da obra, Kibuku Mubangu, aquando da visita de constatação do governador provincial, Ernesto Muangala, à referida localidade.
Segundo Kibuku Mubangu, o investimento permitirá o restabelecimento da iluminação pública e domiciliária na vila mineira do Cafunfo, 15 anos depois. 
Kibuku Mubangu, responsável da empresa “Soneambrósio”, encarregue da execução do projecto, afirmou que os trabalhos, iniciados no passado mês de Julho, terminam dentro de 30 dias.
O projecto contempla a extensão da rede média e de baixa tensão, com a instalação de oito postos de transformação de 160 KVA cada, dos quais quatro estão concluídos.
Estes postos de transformação, acrescentou, vão ser assegurados por dois grupos geradores, sendo um novo e outro antigo, ambos com uma capacidade de 1.000 KVA, com potência aproximada de dois megawatts. A rede de baixa e média tensão, estimada em 15 quilómetros, segundo Kibuku Mubangu, vai melhorar a vida na comunidade e garantir o desenvolvimento da actividade comercial e da pequena indústria.
O fornecimento de energia eléctrica vai abranger, igualmente, as instituições públicas, como escolas, centros médicos e postos policiais, segundo Kibuku Mubangu.

A instalação da nova rede eléctrica permitiu o emprego temporário a sete jovens, formados nas especialidades de electricidade, a partir dos centros locais de formação profissional e pavilhões de artes e ofícios existentes na província.

MAIS ENERGIA ELECTRICA PARA O KUANZA SUL

O fornecimento de energia eléctrica às cidades do Sumbe, Porto Amboim e Gabela, na província do Kwanza-Sul, está, nos últimos dias, a conhecer melhorias significativas, devido ao programa de reabilitação da rede de média tensão, substituição paulatina dos cabos obsoletos e a reabilitação da rede nas zonas suburbanas.
O director provincial da Empresa Nacional de Electricidade (ENE), Rosário de Almeida, afirmou ontem ao Jornal de Angola que a empresa gizou um projecto, iniciado em Setembro último, por um período de quatro meses, que visa a reabilitação da linha de transportação de energia da subestação da Gabela ao Sumbe, que passa dos actuais 30 para 60 KVA. 
A execução da obra, cujo valor não foi dado a conhecer, está adjudicada à empresa Elecnor, auxiliada pelos técnicos da ENE local. Segundo ele, os trabalhos já efectuados cifram-se em 97 por cento. Uma vez concluído, assegurou, os clientes beneficiam de energia eléctrica com melhor qualidade.

Bairros periféricos
O responsável da ENE disse que este programa é contínuo e só fica concluído quando estabilizar o fornecimento da energia eléctrica às principais cidades da província, Sumbe, Gabela e Porto Amboim.
Rosário de Almeida tranquilizou os moradores dos bairros periféricos abastecidos com fraca energia, porque dentro em breve a situação é ultrapassada com a conclusão dos trabalhos em curso. 
Rosário de Almeida revelou que tão logo as condições estejam criadas, a cidade do Waku-Kungo e as vilas da Quibala e da Conda beneficiam de energia da central hidroeléctrica de Cambambe.
O Director provincial da ENE frisou que uma das políticas definidas pela companhia prende-se com a instalação do sistema pré-pago nas áreas onde a energia é estável.
Assim, para o próximo ano, está prevista a montagem na Gabela de contadores deste sistema, a que se seguirão as cidades do Sumbe e Porto Amboim.
O responsável da ENE, sem precisar o montante global, mostrou a sua insatisfação pela existência de avultadas dívidas, contraídas sobretudo por empresas públicas.
Rosário de Almeida afirmou que as dívidas constituem um grande problema para a empresa, na medida em que fica impossibilitada de realizar qualquer investimento.
Para a saída dessa situação, a empresa tem exercido pressão junto das instituições devedoras, para saldarem os débitos, sob pena de se recorrer às instâncias judiciais. 
Esse procedimento, continuou a fonte, não abrange clientes singulares, porque muitos deles conservam a cultura de regularmente fazer os pagamentos à ENE.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

MISSE UNIVERSO CHEGA DIA 27 A LUANDA

A Miss Universo Leila Lopes, chega, no dia 27, a Luanda onde até 30, cumpre uma agenda bastante preenchida, disse, ao Jornal de Angola, uma fonte do Comité Miss Universo. 
Entre os compromissos agendados, salienta-se, logo no primeiro dia, o encontro com a Primeira-Dama e madrinha do Comité Miss Angola, Ana Paula dos Santos.
Leila Lopes tem também marcadas visitas a projectos que iniciou enquanto Miss Angola e que continuam em funcionamento através do departamento de Projectos Sociais do Comité Miss Angola. 
A mesma fonte afirmou, ao Jornal de Angola, que, além de demonstrar o amor ao próximo, durante a sua estadia a Miss Universo Leila Lopes vai dar o exemplo da importância de apoiar projectos sociais.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

WILLIAM TONET FOI CONDENADO

O director do semanário “Folha 8”, William Tonet, foi condenado, na segunda-feira, em tribunal de recurso, em Luanda, a um ano de prisão, com pena suspensa.
A pena pode vir a ser efectiva caso o jornalista não pague, no prazo máximo de cinco dias, uma multa de cem mil dólares.O também advogado foi acusado, em 2007, de difamação, calúnia e injúria pelos generais Hélder Vieira Dias "Kopelipa", ministro de Estado e chefe da Casa Militar da Presidência da República, pelo então procurador militar, Hélder Pitagrós, e por António Pereira Furtado.

CRFISE MUNDIAL REDUZ PIB ANGOLANO

A crise financeira mundial, que também afectou Angola a partir de 2009, reduziu a taxa média de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) angolano de 17 por cento em 2008, para entre dois e três por cento entre 2009 e 2011, segundo o ministro da Economia, Abraão Gourgel.
Apesar dos estímulos do Executivo às actividades económicas, a dependência do país do sector petrolífero, que contribui com 45 a 50 por cento do PIB e cujas receitas representam mais de 75 por cento das receitas fiscais do Estado e 98 por cento das exportações totais, fez com que o nosso país não ficasse incólume perante a crise.
Abraão Gourgel, que avançou estes dados por ocasião das II jornadas técnico-científicas da Faculdade de Economia da Universidade Agostinho Neto, encerradas no fim-de-semana, referiu que os países emergentes, cujo crescimento depende fundamentalmente de factores internos, mostraram grande capacidade de superar os efeitos da crise que abalou as economias desenvolvidas, porque as suas políticas anticíclicas actuam sobre a quase totalidade das suas estruturas produtivas.
Ao fazer uma abordagem do “Impacto da diversificação da economia”, o ministro sublinhou que constituem os eixos principais do ciclo de crescimento do PIB o acréscimo de competitividade das empresas na economia angolana, o reforço da formação e capacitação dos recurso humanos, e a criação de empregos.
“Realça-se o emprego porque através do trabalho os cidadãos inserem-se melhor na sociedade e por via deste criam rendimento através dos seus efeitos multiplicadores”, disse ministro, acrescentando que o principal objectivo da diversificação da economia é a criação de empregos para a população economicamente activa.
Ainda sobre o sector petrolífero e a crise económica mundial, Abraão Gourgel realçou que a concentração da economia angolana nos petróleos inibe o aproveitamento das demais potencialidades da economia, que poderiam ser dinamizadas com a utilização mais intensiva dos demais recursos naturais do país, como agricultura, energia, exploração mineira, construção e obras públicas, comércio interno e das diversas actividades do sector de serviços. 
O ministro referiu também que a economia de mercado está a entrar em colapso e que enfrenta ameaças, como o aumento do “gap” entre pobres e ricos (pessoas, países e regiões), a resposta proteccionista ou até xenófoba aos movimentos migratórios provenientes dos países pobres, a deterioração das condições ambientais, com todas as suas consequências políticas, sociais e económicas.

HUAMBO RECUPERA TOXICODEPENDENTES

A província do Huambo conta, desde o fim-de-semana passado, com um centro de reabilitação de toxicodependentes, denominado “Fazenda Esperança”, localizado na missão católica “Vavayela”, no município de Catchiungo.
O projecto foi criado com o objectivo de devolver a esperança de vida aos dependentes de drogas do Huambo e de outras regiões do país, “desde que demonstrem vontade própria de permanecerem no local”, segundo os promotores da iniciativa.
Neste momento o projecto acolhe 15 jovens, todos do sexo masculino, mas os responsáveis esperam receber mais pessoas que necessitam de tratamento, já nos próximos meses. 
O Arcebispo do Huambo, D. José de Queirós Alves, disse, numa missa que marcou a abertura do centro, que a entrada em funcionamento do projecto “Fazenda Esperança” vai devolver a esperança de vida a muitos jovens toxicodependentes locais e de toda Angola, “para que voltem a dar o seu contributo ao desenvolvimento da sociedade”.
O prelado reconheceu que o índice de jovens toxicodependentes tende a aumentar, o que preocupa os familiares e lançou um apelo para que muitos deles se dirijam à nova instituição, para receber tratamento. 
“Os irmãos têm que se apoiar mutuamente, para que de um ou de outro modo possamos receber a liberdade dada por Cristo, com vista a construirmos uma sociedade mais fraterna”, referiu D. José de Queirós Alves, acrescentando que a obra da “Fazenda Esperança” está inserida numa acção de fé, que se junta ao amor de Deus, que devolve esperança de vida aos jovens que necessitam de ajuda.
Também presente na cerimónia, o governador do Huambo, Faustino Muteka, louvou a iniciativa do projecto “Fazenda Esperança” e realçou a disponibilidade de apoio do governo provincial no processo de recuperação dos jovens toxicodependentes, como uma das formas de o Estado ajudar na formação das futuras gerações. 





O governo do Huambo, sublinhou, vai também apoiar na reabilitação do magistério primário da Missão Católica de Vavayela, para assegurar a formação académica das crianças em idade escolar.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

ANTIGOS PATROES DO IMPERIO AROSFRAN EXPULSOS DE ANGOLA

O clã de origem libanesa Tajeddine, constituído por nove pessoas, que vivia em Angola e trabalhava no sector da grande distribuição alimentar através da cadeia Arosfran, recebeu ordem de expulsão do ministro do Interior, Sebastião Martins, por se encontrarem em situação migratória irregular nos termos da legislação angolana.
O site do Serviço de Migração e Estrangeiro que disponibiliza a informação não avança outros detalhes, mas o seu director afirmou durante uma conferência de imprensa que a expulsão os impedirá de regressar a Angola nos próximos vinte anos.

O envolvimento de algumas destas personalidades no branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo internacional são duas fortes razões evocadas pelo director do SME, Freitas Neto, para a sua expulsão.
Em face disso, “o SME está a efectuar todas as diligências no sentido de localizar os referidos cidadãos de diversas nacionalidades, mas maioritariamente libaneses, para consequentemente formalizar os actos de ordem de expulsão e de interdição de entrada em território nacional”, em obediência a uma orientação legal do ministro da tutela.

Do total de 144 estrangeiros a serem expulsos avulta um grande número de cidadãos de nacionalidade tunisina, 21 pessoas, indiana, 14; síria com 20, sendo o grupo de libaneses composto por 73 indivíduos.
Há ainda a assinalar a presença de cidadãos egípcios, serraleoneses, um português e igual número de nacionalidade brasileira, senegalesa, chilena, britânica e da República Democrática do Congo.

ADMINISTRADOR DO HUAMBO CONDENADO POR DESOBEDIENCIA

O Tribunal Provincial do Huambo condenou nesta Quinta-feira, após julgamento sumário, o administrador do município do Huambo, José Luís de Melo Marcelino, detido na Terça-feira, a 60 dias de pena suspensa, por crime de desobediência às ordens da autoridade pública, previsto e punível nos termos do artigo 188 do Código Penal.

Por força do artigo 88 do referido código, assim como o grau de culpabilidade, o comportamento moral do réu e os serviços prestados à sociedade, o juiz de direito Avelino Yululu e seus assessores da sala dos crimes comuns acordaram, no final das audições, que a pena de prisão ora imposta é suspensa por um período de dois anos.

“A acção foi julgada procedente e provada. Em consequência disto, o tribunal declara o réu autor dos crimes”
Ao réu, que imediatamente recebeu ordem de soltura, foi-lhe ordenada a restituição dos meios apreendidos na obra que pretendia demolir, aguardando-se, no geral, a decisão que vier a ser tomada no processo próprio, passando, deste modo, ao cumprimento das sentenças proferidas nas providências cautelares já decretadas pelo tribunal. Em conformidade com o numero 2 do artigo 177 da Constituição da República, os juízes não tiveram dúvidas em concluir que o administrador municipal do Huambo cometeu de facto o crime do qual vinha sendo acusado.

Entretanto, segundo a acta produzida no final do julgamento que durou aproximadamente nove horas não foram conhecidas quaisquer circunstâncias agravantes contra JoseLuís de Melo Marcelino, que teve a seu favor (circunstâncias atenuantes) o facto de ser réu primário, ter confessado parcialmente o crime cometido e a falta de cultura jurídica, pressupostos plasmados no Código Penal.

"A acção foi julgada procedente e provada. Em consequência disto, o tribunal declara o réu autor dos crimes", referiu o juiz Avelino Yululu ao ler a sentença final, tendo condenado ainda o administrador municipal do Huambo, capital da província com o mesmo nome, a pagar 52 mil Kwanzas de taxas de justiça.

Durante a sessão de julgamento foram ouvidos os dois cidadãos cujas obras o administrador pretendia demolir, apesar de os mesmos possuírem sentenças proferidas pelo tribunal provincial que ordenou o levantamento do embargo imposto pela administração municipal e a suspensão imediata de qualquer demolição, algo desrespeitado por José Luís de Melo Marcelino que, na altura da sua detenção, encontrava-se numa das obras com a finalidade de a demolir.

sábado, 1 de outubro de 2011

GRUTA DE NZINGA-A-NZAMBI NO UIGE COM POTENCIAL PARA TURISMO

Um projecto denominado “Turi-Uíge” está a impulsionar o sector turístico na região, tendo em conta a descoberta, nos últimos meses, de novos locais que podem atrair excursionistas angolanos e estrangeiros, provenientes de vários pontos do país e do mundo.
O director provincial de Hotelaria e Turismo do Uíge, Abraão Laurindo da Silva, disse ao Jornal de Angola que o projecto está virado para a realização de acções de descoberta, levantamento e usufruto dos locais turísticos que a província oferece, acreditando que isso vai atrair cada vez mais excursionistas.
A província do Uíge possui muitos locais que são verdadeiros encantos naturais e que devem ser melhor aproveitados pelos jovens empreendedores. Além dos já conhecidos pelos nativos e visitantes, como a famosa Lagoa do Feitiço e a ponte sobre o rio Dange, no município do Quitexe, e a Lagoa do Mufututu, no Songo, o projecto permitiu, segundo o responsável, a descoberta das Grutas da Cabala, no Negage, Gruta do Nzenzo e Pedras do Bombo, no Ambuíla, e a Gruta de Nzinga-à-Nzambi, localizada no município do Bembe.
“A descoberta de locais e sítios como a Pedra de Malele, no município de Maquela do Zombo, as Grutas de Ambuíla, as Cascatas do Rio Nzadi, as Quedas do Rio Cuilo e outros tantos por descobrir vão surpreender os turistas que, nos próximos dias, visitarem as terras do bago vermelho”, disse o responsável.
Em saudação ao Dia Mundial do Turismo, a direcção provincial da Hotelaria e Turismo promoveu sábado passado uma excursão ao município do Bungo, onde os jovens empreendedores fizeram trocas comerciais, durante a realização de uma feira agropecuária.
Na província do Uíge, o programa de actividades alusivas ao 27 de Setembro, Dia Mundial do Turismo, começaram no dia 16, com a recepção de um grupo de estudantes da Universidade Privada de Angola (UPRA), que debateram “O Estado Actual do Desenvolvimento da Hotelaria e Turismo em Angola” durante uma conferência, além da realização de uma palestra sobre “A Importância do Turismo”.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

DESEMPREGO EM LUANDA

Todos os dias milhares de pessoas acordam cedo para procurar uma vaga de trabalho em restaurantes, obras, empresas, localizados na Baixa de Luanda. Cada manhã traz consigo a esperança de poder ser nesse dia que vão encontrar o emprego que procuram. 
Na rua da Missão, tem sido visível de longe o aglomerado de pessoas à porta de um novo hotel que, antes mesmo de ser anunciado o recrutamento de pessoal, atrai aqueles que, na expectativa de arranjar trabalho, ali aguardam uma oportunidade. 
“Todos os dias é assim. O hotel ainda não foi inaugurado, mas a falta de emprego faz com que essas pessoas venham de longe, desesperadamente, à procura de uma vaga de trabalho”, explica à reportagem do Jornal de Angola um dos pedreiros que trabalha nos acabamentos do hotel. 
Sem saberem se vão ser recebidos, esperam pacientemente. Alguns acabam por se tornar amigos e passam o tempo a desabafar as suas malambas. Outros, de tanto esperar, encostam-se aos carros ali estacionados à procura de uma sombra. 
Alice Freitas veste uma roupa formal, sapatos rasos, tem um bebé às costas e o currículo enrolado na mão. A ela juntam-se outras pessoas, na sua maioria jovens que aparentam idades compreendidas entre os 20 e os 45 anos. O objectivo de todos é o mesmo: arranjar uma vaga antes do hotel ser inaugurado. Sem mesmo alguém lhes ter dito que são necessários empregados, todos os dias se reúnem ali, à espera que uma porta se abra para eles. 
“As dificuldades aumentam em cada dia que passa”, lamenta António Francisco. “Preciso custear os meus estudos e sem um salário não sei como fazer. Encontrar emprego, hoje em dia, é como procurar uma agulha no palheiro, mas encontra-se. Tenho fé que aqui veremos uma luz verde ao fundo do túnel”, acrescenta, esperançoso.
Enquanto aguardam, entretêm-se com anedotas, histórias e algumas brincadeiras para espantar a ansiedade. João Bernardo, por sinal um dos mais aplicados animadores do grupo, conta que, para passar o tempo, “às vezes brincamos um tomba a outra, zombamos com o currículo uns dos outros, entramos em risadas até nos fartarmos. E tudo isso ajuda à distracção, porque se não for assim, torna-se aborrecido ficar à espera”. 

Mais abaixo, na Mutamba, junto à antiga Fazenda, hoje Ministério das Finanças, é visível o número de pessoas que ali aproveitam para descansar. Algumas andam de porta em porta, na tentativa de conseguirem um emprego. 
Como o João Bernardo, que depois de permanecer algum tempo à porta do hotel, desce a rua da Missão em direcção a um banco onde possa sentar-se e repousar os pés. Com 32 anos, procura uma vaga de motorista. Veio do município do Kilamba Kiaxi e está a espalhar o seu currículo por várias empresas, na expectativa de um dia ser chamado. “Estou desempregado há mais de dois anos. Tenho o ensino médio feito em Ciências Sociais e sou pai de quatro filhos. Não posso me desesperançar. Tenho de continuar a procurar um emprego, porque senão não terei como sustentar os meus filhos. A minha mulher é vendedora e não pode assumir todas as despesas da casa, porque o negócio nem sempre rende”.

CIDADE DA GABELA CELEBRA 104 ANOS DE EXISTENCIA

A cidade da Gabela, sede do município do Amboim, Kwanza-Sul, elevada à categoria de cidade a 28 de Setembro do longínquo ano de 1907 celebrou, ontem, 104 anos da sua existência. A data foi marcada com a inauguração de várias infra-estruturas sociais. 
O administrador municipal adjunto do Amboim, António Carvalho, disse ao Jornal de Angola que o sector social, afectado durante o conflito armado, constitui uma das prioridades, referindo que estão em fase de execução cinco projectos que contemplam a construção e reabilitação de escolas, postos de saúde e maternidade, reparação de passeios e lancis, além do relançamento da actividade agro-pecuária.
No quadro do programa comemorativo do aniversário da Gabela, foram inaugurados um centro materno-infantil adjacente ao hospital municipal do Amboim e um posto médico no bairro Lembrança, que vai atender um universo de três mil habitantes.
Em fase de conclusão e de apetrechamento estão quatro salas anexas à escola primária Augusto Ngangula, na sede municipal, e um centro materno-infantil, além da maternidade do hospital municipal. Constam ainda dos projectos em curso para o presente ano, um centro de estomatologia e postos de saúde nas localidades de Salinas e Candele. 
O programa comemorativo dos 104 anos da cidade compreende também actividades culturais, desportivas, recreativas e campanhas de limpeza e embelezamento. Para o encerramento das actividades, está previsto um almoço de confraternização entre os amigos e naturais da cidade.
António Carvalho esclareceu que a realidade actual do município é completamente diferente, comparativamente ao período anterior, fruto do empenho do Executivo e do governo provincial. “O que foi feito até aqui representa uma gota no oceano”, pela imensidão de problemas que ainda afligem as populações, acrescentou. “Vamos continuar a trabalhar, porque entendemos que temos ainda muito por fazer para a resolução dos problemas das populações”, frisou.
O administrador municipal defendeu, por outro lado, a necessidade de se ter uma classe empresarial forte, que possa oferecer serviços às populações e criar emprego, lançando, por isso, um repto aos empresários nacionais e estrangeiros a investirem na região. 

O sector produtivo conheceu melhorias significativas com a implementação do crédito agrícola, tendo sido contemplados 1.193 camponeses, repartidos por 117 grupos solidários, com um montante de 3,938 milhões de dólares, a serem reembolsados em 11 meses.
A rede hoteleira também está a conhecer melhorias, com a reabilitação de infra-estruturas do ramo que, num futuro breve, vai atrair turistas de toda a parte do mundo. 
Os sectores da saúde e da educação também vivem problemas conjunturais, mas as autoridades estão empenhadas em dar solução aos problemas que os afectam.
A rede sanitária compreende dois hospitais municipais, sendo um na sede e outro na Boa Entrada (CADA), seis centros de saúde, 11 postos de saúde e cinco postos móveis do PAV. O corpo clínico compreende 13 médicos, dos quais dois nacionais, e 175 enfermeiros.
O sector da educação tem uma rede escolar de 25 escolas de carácter definitivo e 24 de construção provisória. Frequentam o presente ano lectivo 381.744 alunos da iniciação à 12ª classe e leccionam no município um universo de 1.123 professores. Por falta de espaços e de professores estão fora do sistema do ensino 6.258 crianças em idade escolar.
O município do Amboim é potencialmente agrícola, possuindo solos férteis para o cultivo de milho, feijão, ginguba, batata rena e doce, e banana. No município existem 170 associações de camponesas, mas apenas estão em funcionamento 135. Também estão instaladas 22 cooperativas e 341 empresas agrícolas. A grande preocupação de momento prende-se com a falta de apoios em sementes melhoradas, fertilizantes e pesticidas, que são adquiridos no mercado informal a preços exorbitantes.
O comércio é forte na região e os operadores fornecem bens e serviços às populações, respondendo à procura, mas nota-se a ausência de uma rede de comércio rural que possa satisfazer as necessidades dos camponeses.
Com uma superfície de 1.027 quilómetros quadrados, o município conta com uma população estimada em 208.89 habitantes e a divisão administrativa corresponde a duas comunas, sendo a sede e Assango, com três áreas administrativas, nomeadamente, Salinas, Honga e Boa Entrada (CADA).

CREDITO A HABITAÇÃO COM REGRAS PROPRIAS

O Conselho de Ministros deu ontem luz verde a um conjunto de diplomas jurídico-legais que definem as condições de acesso e de aquisição de habitação própria. Entre os diplomas apreciados durante a sessão, que foi orientada pelo Presidente José Eduardo dos Santos, constam os decretos presidenciais que estabelecem o regime de crédito à habitação, o que define o regime jurídico das contas poupança-habitação, e os instrumentos de delegação de poderes para que o Fundo de Fomento Habitacional possa celebrar protocolos com instituições financeiras vocacionadas para concessão de créditos.
Com vários projectos habitacionais em curso, em diversos pontos do país, no âmbito do programa nacional de habitação que prevê a construção de um milhão de fogos, as condições jurídico-legais para facilitar a realização das aspirações dos cidadãos angolanos e, sobretudo, dos mais jovens, surge como uma prioridade do Executivo.
Segundo um comunicado daquele órgão consultivo do Chefe do Executivo, o decreto presidencial que estabelece o regime de crédito à habitação habilita o acesso em condições favoráveis de financiamento, nomeadamente por via da bonificação de juros, aos cidadãos com idade até 40 anos, para aquisição de habitação construída, a realização de obras de conservação e beneficiação e a compra de terreno para a construção de casa própria. 
O documento refere que além da facilidade criada pelo referido diploma, "a aprovação de um regime jurídico específico que estimule a poupança das famílias para a aquisição de habitação", acarreta a "vantagem da isenção de impostos relativamente aos juros activos, da possibilidade do acesso ao crédito a longo prazo para esse fim, bem como da prioridade da compra de casa própria no âmbito dos programas habitacionais do Estado". 
Durante a sessão de ontem, o Conselho de Ministros analisou os balanços referentes ao Plano Nacional de 2010, ao Programa de Investimentos Públicos de 2010, à Conta Geral do Estado referente ao exercício económico de 2010, e à Programação Macroeconómica e ao Programa de Investimentos Públicos (PIP) referente ao primeiro semestre deste ano.
Ainda no plano económico, foram aprovados os instrumentos de programação macroeconómica e financeira relativos ao último trimestre do ano em curso. O comunicado do Conselho de Ministros indica que, em resposta à necessidade de se regulamentar convenientemente o processo de contratação de serviços de assistência técnica ou de gestão, prestados por entidades estrangeiras, o órgão aprovou um projecto de decreto presidencial que define os termos e condições dos contratos neste domínio. 
Nos termos do referido diploma, "os contratos com prazo até 12 meses cujo valor global seja inferior ou igual a 300 mil dólares são da exclusiva responsabilidade da entidade beneficiária residente, enquanto para valores superiores passa a ser exigido o pronunciamento de uma comissão de avaliação". O diploma consagra um conjunto de procedimentos, pressupostos, cláusulas obrigatórias e outras proibidas, que devem ser observadas aquando da contratação.

domingo, 25 de setembro de 2011

MARILDA SAMBA VENCEDORA DO FESTIVAL DA CANÇÃO DE LUANDA

Com 45 votos, a concorrente Marilda Samba Coxe, de 22 anos, sagrou-se vencedora do Grande Prémio da Canção, da 14ª edição do Festival da Canção de Luanda, realizado, sexta-feira, no Cine Atlântico.
Avaliado em 10 mil dólares, Marilda Coxe convenceu o júri ao interpretar o tema “Malalanza”, enquanto a dupla Euclides e Viegas, que interpretou “Kie kie kie kiukitukila”, ficou com o prémio de Melhor Voz e receberam 2000 dólares, o mesmo valor teve direito a concorrente Albertina Márcia Augusto, com o tema “Monami Xiku”, arrebatando o prémio LAC/Unitel.
Marilda Coxe, que superou os outros noves concorrentes na expressão em palco, voz, indumentária e interpretação, recebeu das mãos do artista plástico Etona o cheque no valor de dez mil dólares.
O presidente do corpo de jurado, Jonh Bella, reconheceu que tiveram tarefa difícil para escolher o vencedor da 14ª edição do Festival da Canção de Luanda. “Foi muito complicado escolher o vencedor. Está de parabéns o compositor Tonito porque as suas canções são pedagógicas e facilitou o trabalho dos concorrentes”.
Natural de Luanda, a vencedora do Festival da Canção de Luanda começou a cantar no coro da Igreja Tocoísta desde pequena. Ela disse, ao Jornal da Angola, estar a viver este de “maneira muito profunda”.
Marilda Coxe disse que tem a música no sangue, por ser de uma família de cantores. Participou no concurso Estrelas ao Palco em 2008 e 2010, chegando à segunda fase nas duas edições. A cantora, que já acompanhou alguns artistas, integra um projecto com o seu irmão Tony Samba para seguir carreira artística. “Agora as minhas responsabilidades aumentam e prometo continuar a trabalhar para alcançar os meus sonhos”.
A dupla Euclides e Viegas disse que vai apostar mais na formação musical e que já está a trabalhar para a apresentação de um single ainda este ano. Eles formam a dupla musical “Os Fantásticos”, que canta em bares e restaurantes onde são convidados, regularmente, para actuar em espectáculos de músicas românticas.

Albertina Augusto, natural de Benguela, é estudante de Sociologia, da Universidade Jean Piaget. Começou a cantar no Lobito, e agradeceu o carinho do público que a votou.