quarta-feira, 30 de novembro de 2011

GOVE DA LUZ AO HUAMBO

A província do Huambo pode, em breve, começar a receber energia eléctrica a partir da barragem do Gove, afirmou, à Rádio Nacional de Angola, o director de engenharia e gestão de programas da Empresa Nacional de Electricidade (ENE).
As linhas de transporte de energia que ligam as subestações de Belém, do Benfica e da Caála à barragem hidroeléctrica do Gove, disse, devem ficar concluídas até Fevereiro do próximo ano.
Joaquim Boaventura declarou que parte da linha de transporte de energia eléctrica, do Gove à cidade do Huambo, está quase pronta faltando apenas concluir a que liga as cidades do Huambo e do Cuito.
As obras de instalação das redes de baixa e de média tensão e de iluminação pública, na cidade do Huambo, garantiu Joaquim Boaventura, terminam em Agosto.
O director de engenharia e gestão de programas da ENE disse estar satisfeito com a celeridade dos trabalhos de reabilitação das redes de média e baixa tensão e de iluminação pública na cidade do Huambo.

Relançar o desenvolvimento

O projecto de recuperação da barragem do Gove foi aprovado, em sessão do Conselho de Ministros, no final de 2007, com o objectivo de relançar o desenvolvimento social e económico das regiões centro e sul do país. 
A materialização do plano permite igualmente o fornecimento regular de água ao projecto Xangongo-Ondjiva, Santa Clara-Namibe, de energia eléctrica às províncias do Huambo do e Bié, além de contemplar os perímetros irrigados ao longo do rio Cunene.
O projecto de reabilitação da barragem hidroeléctrica do Gove compreende a instalação de três novas turbinas de 20 megawatts cada uma, que permitem abastecer localidades das províncias do Huambo, Bié e de Benguela. Grande parte das torres de distribuição de energia eléctrica necessárias para o percurso que liga o Huambo ao sector do Gove já foram montadas. Além disso, foram desminados mais de meia centena de quilómetros para a instalação das linhas de transporte de energia.

Postos de trabalho

As obras de recuperação da barragem hidroeléctrica do Gove, a cargo de uma multi-nacional estrangeira, criaram cerca de 800 postos de trabalho, na maioria ocupados por jovens da região da Caála, Cuima e Gove, na província planáltica do Huambo. 
A barragem do Gove, na comuna do Cuima, município da Caala, vai potenciar projectos de irrigação agrícola na região. 
A construção da infra-estrutura da barragem do Gove começou a ser feita na década de 1970, mas foi interrompida devido à guerra queassolou o país durante cerca de três décadas.

sábado, 26 de novembro de 2011

PRODUÇÃO DE GAS NATURAL EM ANGOLA

O projecto Angola LNG deve garantir a Angola a entrada no Fórum de Países Exportadores de Gás (GECF, na sigla em inglês), que tem actualmente apenas cinco membros africanos, prevê a Economist Intelligence Unit (EIU) num estudo publicado segunda-feira.
“Embora Angola planeie vários outros pequenos projectos de LNG, é improvável que se torne num exportador global significativo de LNG, dadas as suas reservas relativamente pequenas”, considera o estudo da EIU.
“Apesar disso, a incursão de Angola na GECF ia estimular os esforços do país para desenvolver a sua presença nos palcos regionais e internacionais”, acrescenta o relatório daquele centro de estudosbaseado no Reino Unido.
Com a Sonangol como concessionário e operador, a americana Chevron, a britãnica BP, a francesa Total e a italiana ENI, o projecto está localizado na província do Soyo e inclui um gasoduto de 500 quilómetros, que liga seis blocos no mar (1, 2, 14, 15, 17 e 18) às instalações de liquidificação, a partir de onde o gás é exportado.
Segundo o relatório, o objectivo de produção anual é de 5,2 milhões de toneladas de gás natural, que até agora eram queimadas nos poços petrolíferos angolanos.
Angola prepara-se também para leiloar vários blocos petrolíferos em terra na região do Kwanza, onde a exploração tem conhecido poucos avanços nos últimos 30 anos, segundo a EIU.
Esta foi a primeira região do país onde foi descoberto petróleo, no ano de 1955, mas os trabalhos de exploração foram abandonados no início da década de 1970.

“O Executivo espera que, através da reactivação das actividades de exploração na região, se aproxime do seu objectivo de produção nacional de dois milhões de barris de petróleo por dia”, sublinha a EIU.
A zona está dividida em 23 blocos de 1.024 quilómetros quadrados cada, dos quais apenas um está concessionado - o “A”, entregue à companhia Total (49 por cento) e Sonangol (51 por cento).
Os economistas do centro de estudos britânico dizem que o leilão deve “atrair forte interesse”, devido à resposta positiva dada pelos investidores à ronda de licenciamento no mar realizada em Janeiro e a proximidade da zona a Luanda. 
A Economist Intelligence Unit estima que graças ao início da produção de gás natural em Angola, o crescimento do Produto Interno Bruto angolano vai registar um “impulso significativo” em 2012, para próximo dos dois dígitos.
A produção de gás natural, após um investimento de nove mil milhões de dólares liderado pela Chevron e pela Sonangol, vai iniciar em Dezembro, “vários meses antes do previsto”, e a recente descida dos preços do combustível no principal mercado de exportação, os Estados Unidos da América, está a levar as petrolíferas a voltarem-se também para a Ásia.
Os economistas do Economist Intelligence Unit apontam para um crescimento do Produto Interno bruto de 9,9 por cento em 2012, equivalente a 3,8 pontos percentuais acima do previsto para este ano, após o que deve abrandar para 7,1 por cento em 2013 e 5,6 por cento em 2014.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

LINGUAS NACIONAIS NO ENSINO PUBLICO EM ANGOLA

O director-geral do Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento da Educação (INIDE), David Chivela, revelou ontem, em Luanda, que, dentro de dois anos, as línguas nacionais vão ser leccionadas no ensino primário.
Em declarações à comunicação social, à margem da cerimónia de abertura das segundas jornadas científicas e pedagógicas do INIDE, David Chivela sublinhou que, numa primeira fase, as línguas nacionais vão ser leccionadas até à terceira classe. 
O projecto de ensino das línguas nacionais está em curso, com a formação de professores. As línguas que já possuem gramáticas e ou dicionários, como o kimbundu, kicongo, nhaneka humbi, umbundo, nganguela, ochikuanhama e cokwe, são prioritárias.
“Entendemos que devemos ir devagar e com segurança, por isso, estamos a formar os professores para não deturparmos o real valor, o papel e a influência das línguas nacionais”, sublinhou David Chivela.
Sobre as segundas jornadas, que terminam hoje, o director David Chivela afirmou que o INIDE estimula a qualidade de ensino, acrescentando que o órgão que dirige procura melhorar a metodologia e o programa do professor, com novos conteúdos.
Espera-se, acrescentou, que os novos conteúdos não sejam muito volumosos, “porque, às vezes, não se coadunam com o tempo de ensino”. O gestor David Chivela, falando dos novos conteúdos, afirmou que “são módulos de carácter transversal que têm a ver com a questão da saúde escolar, a saúde reprodutiva, a preservação do meio ambiente e o combate ao VIH/SIDA, para que os alunos estejam actualizados”. Quanto às mudanças que possam ocorrer no ensino da História de Angola, o director do Instituto de Desenvolvimento da Educação, David Chivela, disse existir uma equipa que realiza visitas a aldeias do país, a alguns países africanos e a Portugal.
As primeiras jornadas foram realizadas em 2003, quando foram lançadas as bases da Reforma do Sistema Educativo.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

"AKWÁ" DIZ QUE DICIPLINA E FUNDAMENTAL NA SELECÇÃO

O antigo "capitão" da Selecção Nacional de Futebol, Fabrice Alcebiades Maieco "Akwá" afirmou ontem, à Angop, que Angola terá de ser disciplinada e muito empenhada no Grupo B do CAN 2012, para ultrapassar a Costa do Marfim, Sudão e Burkina Faso.
Reagindo ao sorteio da competição, realizado no sábado, em Malabo, o deputado à Assembleia Nacional referiu que teoricamente a Costa do Marfim é o adversário mais forte, “mas não existem no futebol oponentes intransponíveis”.
O autor do golo que deu o inédito apuramento dos Palancas Negras para o Mundial da Alemanha 2006 acrescentou que jogar na primeira jornada diante do Burkina Faso e depois com o Sudão pode ser bom para Angola, por serem teoricamente menos difíceis, para mais tarde, na última partida, defrontar o principal favorito do evento, liderado por Didier Drogba.
Para o maior goleador na história das selecções nacionais, Angola conhece bem os três adversários e mesmo a Costa do Marfim já perdeu com os Palancas Negras, por 1-2, num jogo amistoso.
Akwá afirmou que espera uma participação que iguale ou supere os quartos-de-final das edições do Ghana 2008 e Angola 2010, fundamentalmente depois da garantia do presidente da FAF, Pedro Neto, de que estão acautelados factores como o pagamento dos prémios à equipa técnica e atletas, estágio e jogos com adversários fortes.

ANTOLOGIA POETICA LANÇADA EM LUANDA

A antologia poética "Canto misterioso que me encena com os pés", de António Gonçalves, foi apresentada na sexta-feira, na sede da União dos Escritores Angolanos (UEA), em Luanda.
Numa sessão orientada pelo secretário-geral da UEA, Carmo Neto, o livro, composto de poemas e ensaios, foi apresentado pelo professor universitário António Quino, que realçou as qualidades do autor, centrando-se em citações do próprio livro. 
Na nota introdutória, o autor do livro refere que "a presente antologia pretende resolver algumas inquietações de ordem espiritual, sendo a primeira relacionada com uma homenagem a Ricardo Manuel, um poeta português que estendeu a mão a vários jovens angolanos, que viam na poesia a arte suprema da palavra e suporte espiritual de uma humanidade decadente".
O livro está dividido em três partes, incluindo nove textos de crítica literária. Editado pela UEA, a antologia tem prefácio da brasileira Carmen Lucia Tindó Secco, docente de literatura africana na Universidade Federal do Rio, (Brasil).
No prefácio, a investigadora brasileira considera a obra "algo que se institui como metapoesia, pois muitos são os poemas do livro em que o eu lírico se reflecte sobre o seu fazer literário e sobre os próprios caminhos poéticos trilhados pelo autor". 
Segundo Cármen Lúcia Tindó Secco, a significação metafórica dos pés é muito rica, abrindo-se a várias interpretações, pois “os pés marcam o início de uma viagem”. Victor Kajibanga, Norberto Costa, Manuel Garcia Verdecia, Luís Pavón Tamayo, Martha Cordiés Jackson Rogelio Martinez Fure, Xosé Lois Garcia e Tarcísio Evaristo são outros os autores dos textos críticos apresentados na referida antologia.
António Gonçalves nasceu a 10 de Agosto de 1960, em Luanda. Foi secretário-geral da UEA e recentemente desempenhou as funções de conselheiro cultural da embaixada de Angola em Cuba.

É autor de "Gemido de Pedra" (1994), “Verso Libertinos” (1995), “Adobe Vermelho” (1996), “África que observo com os dedos” (2002), “Cenas que o museke conheceu” (novela, 2003) e “A Quinta estação do tempo”, das quais algumas são bilingue (português e espanhol). O escritor tem participado em eventos internacionais de poesia, como no X Festival realizado recentemente na Costa Rica, e a sua obra integra várias antologias, como a Antologia da Poesia Universal Contemporânea (Poetas do Século XXI), edição de 2010. 
“Canto misterioso que me encena com os pés” tem 157 páginas e está à venda a 1.500 kwanzas.

ODEBRECHT GANHA O PREMIO "PROJEKTA BY CONSTROI ANGOLA 2011

A empresa brasileira de construção civil Odebrecht arrebatou, na noite de sábado, o prémio de melhor participação na nona edição da "Projekta by Constrói Angola 2011", que decorreu nas instalações da Filda, em Luanda. 
A cerimónia de entrega de prémios, que marcou o encerramento da nona edição da feira de equipamentos e materiais de construção civil, obras públicas, urbanismo e arquitectura, distinguiu as empresas e países que mais se destacaram.A fábrica de cimento do Kwanza-Sul foi galardoada pela melhor participação em produtos nacionais, enquanto a empresa ACARL Angola venceu na categoria de construção civil e obras públicas. A empresa Cimianto Lucral foi premiada pela melhor participação em produtos e inovações, enquanto a Pinto e Leite venceu na categoria de melhor exibição em arquitectura e planeamento.
A Movi Cortes-Angola obteve o prémio de melhor exposição no sector das máquinas e equipamentos industriais, enquanto no sector de materiais de construção civil venceu a Civep Contravem-Angola.A empresa de projectos e consultoria de engenharia A400 arrebatou o prémio na área de engenharia e o troféu para a melhor participação no ramo de serviços de construção civil e obras públicas ficou com a empresa Pro Ngil.
Pela melhor presença internacional, a feira distinguiu a Associação Empresarial de Portugal (AEP), que garantiu a participação de 60 empresas lusas de vários ramos da construção civil.
A nona edição da feira contou com a participação de 372 expositores oriundos de Portugal, Espanha, Itália, Alemanha, China, Brasil e a estreante Turquia. 
O presidente do Conselho de Administração da Feira Internacional de Luanda, Matos Cardoso, pediu aos empresários que colaborem na criação de mecanismos que visem uma redução significativa dos preços das habitações que se situem acima dos 50 mil dólares norte-americanos. "As populações infelizmente não possuem condições para suportar os custos de uma habitação a preços acima de 50 e 80 mil dólares. Por isso, as empresas devem projectar casas sociais", ressaltou. Segundo Matos Cardoso, a redução dos preços das habitações vai permitir o crescimento acelerado do mercado imobiliário e da economia nacional. 
Por seu lado, o director da Arena Direct, Bruno Albernaz, disse que a feira, que no próximo ano completa dez anos, apoia a promoção de políticas sociais que estimulem o desenvolvimento económico sustentado e o incremento da qualidade de vida das populações.

"A introdução de um espaço dedicado ao planeamento, gestão urbanística e arquitectura contribui para a melhoria das condições dos centros habitacionais", realçou. 
A feira "Projekta by Constrói Angola" é organizada pela FIL em parceria com a empresa Arena Direct. Este ano, promoveu um ciclo de conferências com a Associação dos Empreiteiros de Construção Civil e Obras Públicas de Angola (AECCOPA).
Durante três dias foram debatidos os temas "Construção e desenvolvimento em Angola", "Construção acelera crescimento da economia a retalho: um novo motor do sector da construção", "Habitação - da necessidade à qualidade."

ADMINISTRADOR DO AMBOIM PEDE PARTICIPAÇÃO DOS JOVENS

O administrador do Amboim, Rui Miguel, lançou ontem, na cidade da Gabela, um apelo aos jovens para que se associem aos esforços do governo para a concretização dos programas que visam o desenvolvimento socioeconómico do município.
O responsável disse que o município enfrenta dificuldades de vária ordem e precisa dos esforços conjugados dos seus habitantes para ultrapassar tais problemas, principalmente os ligados aos jovens, a força motriz de qualquer sociedade. O administrador do Amboim apontou o sector social como o que mais carece de investimentos imediatos, para se dar resposta aos anseios das populações.
Os sectores da saúde e da educação, disse Rui Miguel, precisam de reajustes em termos de aplicação dos recursos humanos e financeiros, sublinhando que as verbas que lhe são destinadas têm de atenuar as dificuldades, ao contrário do que acontece na prática.
O Programa Integrado de Desenvolvimento Rural e Combate à Pobreza e um outro relacionado com os cuidados primários contemplam quotas financeiras para os sectores da saúde e educação, mas, de acordo com o administrador, ainda não foi conseguida a eficácia esperada, devido à má aplicação desses recursos.
No caso particular do sector da educação, defendeu a necessidade da desburocratização da área, sublinhando que a sede do município concentra um maior número de professores, em detrimento da zona rural, que enfrenta uma grande crise de quadros.
O sector tem uma rede de 25 escolas de carácter definitivo e 24 de construção provisória, frequentadas por um total de 381.744 alunos da iniciação à 12ª classe. No entanto, e apesar de dispor de 1.123 professores, estes não são suficientes para dar resposta às necessidades, o mesmo acontecendo com os estabelecimentos escolares, deixando de fora do sistema 6.258 crianças.
Quanto à saúde, a rede sanitária compreende dois hospitais municipais, sendo um na sede e outro na Boa Entrada, seis centros de saúde, 11 postos de saúde e cinco móveis do PAV. O corpo clínico é constituído por 13 médicos, dos quais apenas dois nacionais, e 175 enfermeiros.