domingo, 19 de setembro de 2010

JOSE MOURINHO CONFIRMA ESTATUTO DE GRANDE TREINADOR

José Mourinho, que amanhã completa dez anos como treinador principal, destaca as qualidades na gestão, planificação, metodologia e liderança e aponta como “maior alegria” da carreira a conquista da Taça UEFA de 2002/2003.
“Defino-me como um grande treinador, com qualidade nas diferentes vertentes que constituem o trabalho de um técnico nos dias de hoje. Desde a gestão, a planificação, a metodologia e a liderança”, disse o técnico do Real Madrid à agência Lusa.
Mourinho, 47 anos, conquistou por duas vezes a Liga dos Campeões, em 2004, pelo FC Porto, e 2010, pelo Inter, é considerado por muitos um treinador inovador, mas recusa assumir a paternidade de novidades na profissão.
“Prefiro não dizer o que trouxe de novo porque no futebol não há direitos de autor e, por isso, corro o risco de alguém dizer que foi precursor nisto ou naquilo. Mas há, seguramente, nalguns aspectos um antes e um depois de mim. O estilo de liderança, o modo de comunicar, a metodologia de treino”, afirmou El Especial.
O estatuto levou o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Gilberto Madail, a deslocar-se, na quinta-feira, a Madrid para lhe pedir ajuda num problema urgente: que orientasse a selecção nos próximos dois jogos, em casa, com a Dinamarca e, em Reiquejavique, com a Islândia, numa altura em que Portugal apenas somou um ponto nos dois primeiros encontros de qualificação para o Euro’2012.
Muitas vezes polémico pela forma como actua no palco mediático, é gerador de amores e ódios. Acredita que é visto pelos adeptos “de modo diferentes, diametralmente opostos”, mas sublinha que “os títulos não permitem muita liberdade aos críticos”.
Dos 17 títulos inscritos no currículo, o que mais prazer lhe deu conquistar foi a última Liga dos Campeões, cuja taça levantou em 22 de Maio, no Santiago Bernabéu, o estádio do actual clube, o Real Madrid: “O último. Sempre o último. E o último foi uma ‘Champions’”, referiu Mourinho.
Quando questionado sobre as maiores alegrias e desilusões sentidas desde que rendeu o alemão Jupp Heynckes como treinador do Benfica, a 20 de Setembro de 2000, José Mourinho volta a referir as competições europeias.
“Maior alegria talvez a Taça UEFA pelo FC Porto. Que jogo do outro mundo [a vitória na final de Sevilha por 3-2 sobre o Celtic]. A maior desilusão perder duas meias-finais da Champions (pelo Chelsea), uma por penálties, outra com um golo em que a bola não entrou. Mas é futebol na mesma”, frisou.
José Mourinho já orientou alguns dos melhores futebolistas do Mundo (agora tem Cristiano Ronaldo), mas considera “impossível e injusto” dizer qual foi o seu melhor jogador em cada clube: “Ganhámos sempre e sempre ganhámos como equipa e porque éramos equipa”, declarou. Mas realça a evolução que alguns jogadores registaram sob o seu comando. “No FC Porto, meninos viraram jogadores de topo e foram tantos. No Chelsea, Drogba, Lampard e Terry passaram de bons jogadores a jogadores de topo. No Inter, os meus jogadores ganharam todos os prémios que a UEFA atribuiu. Sempre nos valorizámos juntos”, finalizou Mourinho.

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