quinta-feira, 24 de junho de 2010

COMBOIO ENTRE LUANDA E MALANGE

O presidente do Conselho de Administração dos Caminhos-de-Ferro de Luanda (CFL), anunciou, na segunda-feira, para a segunda quinzena de Julho a retomada da ligação ferroviária Luanda/Ndalatando/Malange, após a reabilitação dos cerca de 400 quilómetros do troço.
Lobo do Nascimento, que falava, aos jornalistas, no final de uma viagem experimental entre o quilómetro 30, em Luanda, e o Dondo, realizada na segunda-feira, garantiu que, caso não haja entraves de última hora, o comboio pode chegar a Malanje na segunda quinzena de Julho.
A linha até Malange, afirmou, já se encontra montada e as estações reparadas.
"Reunimo-nos com o empreiteiro e o fiscal do projecto e fomos informados que há condições para o recomeço das operações comerciais entre Luanda, Ndalatando e Malange, a uma velocidade mínima entre 50 e 60 quilómetros horários”, referiu, acrescentando:
"Dentro de dias, informaremos o ministro dos Transportes sobre os resultados verificados no terreno que, em nosso entender, são bons e dão garantias de podermos retomar a operação do comboio neste troço".
Durante a viagem experimental, Osvaldo do Nascimento, acompanhado de técnicos dos CFL, visitou as estações de Catete, Barraca do Zenza do Itombo e Dondo, construídas no âmbito da reabilitação e modernização das infra-estruturas ferroviárias destruídas durante o conflito armado.
As estações, todas com dois pisos, têm área administrativa, restaurante, posto médico, salas VIP e outras de passageiros, com capacidade para entre 200 e 500 cadeiras.
A reabilitação da via ferroviária Luanda/Ndalatando/Malange, iniciada em 2005, permitiu a reconstrução de 600 passagens hidráulicas, 16 estações e 40 pontes e pontões, além de desmatamentos e redução de subidas. O Caminho-de-Ferro de Luanda (CFL) foi inaugurado, em 1909, com uma extensão total de 479 quilómetros, incluindo pequenos ramais.
O CFL, após a independência, entrou num longo período de declínio, dada a redução do volume de carga transportada (de 301 mil toneladas, em 1973 para 54, em 1990), perda de pessoal qualificado, dificuldades financeiras e falta de investimentos resultante da deterioração da linha.
Outro factor causador da paralisação foi o conflito armado. O tráfego ferroviário, a partir de 1984, era frequentemente interrompido. Após dois anos de paragem total, O CFL, em 1991, impulsionado pelos Acordos de Paz de Bicesse, retomou um serviço limitado entre Malange e Luanda.
O retorno do conflito armado em Novembro 1992 originou a morte ou o desaparecimento de parte importante do pessoal efectivo do CFL e a destruição total ou parcial de várias pontes, locomotivas e estações.
A reabilitação do CFL faz parte dos projectos para o relançamento da economia e desenvolvimento de Angola.

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