quarta-feira, 11 de novembro de 2009

KIFANGONDO - VISTA PELO GENERAL XAVIER

A voz pausada e firme de Neto envolveu a multidão no largo que viria a chamar-se 1º de Maio, quase sem precisar do sistema de amplificação sonora instalado no local. O recurso ao registo sonoro deste momento solene da História de Angola, repetido num “spot” institucional na Televisão Pública de Angola (TPA), permite ouvir pequenos estalidos irregulares e secos, entrecortando o discurso do fundador da Nação.
Fica a impressão que são falhas no som, normalíssimas num registo feito por um aparelho sem os recursos tecnológicos disponíveis actualmente. Mas Manuel André, que assistiu à cerimónia corrige: “não são falhas do som, eram tiros…”.
Antes um mero espectador da proclamação da independência, hoje funcionário sénior da TPA, Manuel André explica que os estalidos ao fundo, na gravação, eram explosões que se ouviam de muito longe. “Quando o Presidente Agostinho Neto proclamou a independência, os combatentes das FAPLA travavam uma dura batalha, em Kifangondo, contra tropas inimigas e as explosões de armas pesadas eram ouvidas também no Largo 1º de Maio”.
A versão apresentada por Manuel André é verdadeira, mas não completamente correcta. Os estalidos que se ouvem ao fundo no registo sonoro do discurso da proclamação da Independência nacional correspondem a disparos da batalha de Kifangondo, mas, naquele momento já não havia combates, na verdadeira acepção da palavra, muito menos bombardeamentos do inimigo.
O general Carlos Alberto da Silva e Mello Xavier, actual responsável da Academia Militar das Forças Armadas Angolanas, que acedeu ao nosso convite para uma visita guiada ao palco da batalha de Kifangondo conta que na madrugada do dia 11, quando foi proclamada a Independência Nacional, o inimigo....

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