Altos funcionários da Presidência receiam que Miala se envolva na política activa |
Lisboa - A inclinação que altos funcionários da PR de Angola denotam no que toca ao “futuro desejado” para Fernando Miala é de o ver dedicado aos negócios privados – para o que há a disposição de lhe providenciar meios e condições adicionais aos que o próprio possui (é considerado muito rico). Fonte: Africa Monitor O único requisito a que tal disponibilidade está sujeita é o de que se mantenha discreto e evite envolver-se na política activa. A ser assim, é mesmo admitida uma posterior reabilitação pública, incluindo atribuição de uma função institucional, embora de efeitos mais aparentes que práticos.
Por vontade própria evita contactos e desencoraja abordagens jornalísticas do caso da sua libertação. Mas goza de liberdade de movimentos aparentemente irrestrita. Em 25 de Outubro assistiu à missa dominical na Igreja Católica de Viana. Enquanto permaneceu na prisão, FM foi por várias vezes visitado pelo Bispo de Viana, D. Joaquim Ferreira Lopes, de nacionalidade portuguesa. A sua comparência na missa de domingo foi vista também como um gesto de reconhecimento decorrente da conduta do prelado. A concretização da libertação de FM foi psicologicamente “facilitada” por um clima criado e alimentado por meio de notícias apreensivas sobre o seu estado de saúde, descrito como precário e a requerer urgentes cuidados médicos no estrangeiro; as notícias foram em larga escala difundidas por emissoras privadas de Luanda. A família de Fernando Miala constituiu o veículo de tais notícias, exorbitantes, junto das emissoras; não está devidamente apurado se a família agiu de motu-proprio e/ou se por sugestão de figuras do círculo presidencial – em ambos os casos com o fito inferido de criar ambiente “propício” à libertação. JES manteve sempre canais indirectos de contacto com FM e sua família. Entre alguns dos agentes desses contactos figuram, desde há mais tempo, Mendes de Carvalho e, mais recentemente, o advogado Moreira Pinheiro, que na prática substituiu Eusébio Rangel como seu advogado de defesa. Na aplicação que JES revelou em facilitar a libertação de F Miala, a título de indulto, também se conjectura que foram determinantes “sentimentos interiores” segundo os quais o afastamento do mesmo, seguido de muitos apaniguados seus, o tornara “refém” de um grupo interno. |
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