quarta-feira, 12 de outubro de 2011

CRFISE MUNDIAL REDUZ PIB ANGOLANO

A crise financeira mundial, que também afectou Angola a partir de 2009, reduziu a taxa média de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) angolano de 17 por cento em 2008, para entre dois e três por cento entre 2009 e 2011, segundo o ministro da Economia, Abraão Gourgel.
Apesar dos estímulos do Executivo às actividades económicas, a dependência do país do sector petrolífero, que contribui com 45 a 50 por cento do PIB e cujas receitas representam mais de 75 por cento das receitas fiscais do Estado e 98 por cento das exportações totais, fez com que o nosso país não ficasse incólume perante a crise.
Abraão Gourgel, que avançou estes dados por ocasião das II jornadas técnico-científicas da Faculdade de Economia da Universidade Agostinho Neto, encerradas no fim-de-semana, referiu que os países emergentes, cujo crescimento depende fundamentalmente de factores internos, mostraram grande capacidade de superar os efeitos da crise que abalou as economias desenvolvidas, porque as suas políticas anticíclicas actuam sobre a quase totalidade das suas estruturas produtivas.
Ao fazer uma abordagem do “Impacto da diversificação da economia”, o ministro sublinhou que constituem os eixos principais do ciclo de crescimento do PIB o acréscimo de competitividade das empresas na economia angolana, o reforço da formação e capacitação dos recurso humanos, e a criação de empregos.
“Realça-se o emprego porque através do trabalho os cidadãos inserem-se melhor na sociedade e por via deste criam rendimento através dos seus efeitos multiplicadores”, disse ministro, acrescentando que o principal objectivo da diversificação da economia é a criação de empregos para a população economicamente activa.
Ainda sobre o sector petrolífero e a crise económica mundial, Abraão Gourgel realçou que a concentração da economia angolana nos petróleos inibe o aproveitamento das demais potencialidades da economia, que poderiam ser dinamizadas com a utilização mais intensiva dos demais recursos naturais do país, como agricultura, energia, exploração mineira, construção e obras públicas, comércio interno e das diversas actividades do sector de serviços. 
O ministro referiu também que a economia de mercado está a entrar em colapso e que enfrenta ameaças, como o aumento do “gap” entre pobres e ricos (pessoas, países e regiões), a resposta proteccionista ou até xenófoba aos movimentos migratórios provenientes dos países pobres, a deterioração das condições ambientais, com todas as suas consequências políticas, sociais e económicas.

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