A cidade da Gabela, sede do município do Amboim, Kwanza-Sul, elevada à categoria de cidade a 28 de Setembro do longínquo ano de 1907 celebrou, ontem, 104 anos da sua existência. A data foi marcada com a inauguração de várias infra-estruturas sociais.
O administrador municipal adjunto do Amboim, António Carvalho, disse ao Jornal de Angola que o sector social, afectado durante o conflito armado, constitui uma das prioridades, referindo que estão em fase de execução cinco projectos que contemplam a construção e reabilitação de escolas, postos de saúde e maternidade, reparação de passeios e lancis, além do relançamento da actividade agro-pecuária.
No quadro do programa comemorativo do aniversário da Gabela, foram inaugurados um centro materno-infantil adjacente ao hospital municipal do Amboim e um posto médico no bairro Lembrança, que vai atender um universo de três mil habitantes.
Em fase de conclusão e de apetrechamento estão quatro salas anexas à escola primária Augusto Ngangula, na sede municipal, e um centro materno-infantil, além da maternidade do hospital municipal. Constam ainda dos projectos em curso para o presente ano, um centro de estomatologia e postos de saúde nas localidades de Salinas e Candele.
O programa comemorativo dos 104 anos da cidade compreende também actividades culturais, desportivas, recreativas e campanhas de limpeza e embelezamento. Para o encerramento das actividades, está previsto um almoço de confraternização entre os amigos e naturais da cidade.
António Carvalho esclareceu que a realidade actual do município é completamente diferente, comparativamente ao período anterior, fruto do empenho do Executivo e do governo provincial. “O que foi feito até aqui representa uma gota no oceano”, pela imensidão de problemas que ainda afligem as populações, acrescentou. “Vamos continuar a trabalhar, porque entendemos que temos ainda muito por fazer para a resolução dos problemas das populações”, frisou.
O administrador municipal defendeu, por outro lado, a necessidade de se ter uma classe empresarial forte, que possa oferecer serviços às populações e criar emprego, lançando, por isso, um repto aos empresários nacionais e estrangeiros a investirem na região.
O sector produtivo conheceu melhorias significativas com a implementação do crédito agrícola, tendo sido contemplados 1.193 camponeses, repartidos por 117 grupos solidários, com um montante de 3,938 milhões de dólares, a serem reembolsados em 11 meses.
A rede hoteleira também está a conhecer melhorias, com a reabilitação de infra-estruturas do ramo que, num futuro breve, vai atrair turistas de toda a parte do mundo.
Os sectores da saúde e da educação também vivem problemas conjunturais, mas as autoridades estão empenhadas em dar solução aos problemas que os afectam.
A rede sanitária compreende dois hospitais municipais, sendo um na sede e outro na Boa Entrada (CADA), seis centros de saúde, 11 postos de saúde e cinco postos móveis do PAV. O corpo clínico compreende 13 médicos, dos quais dois nacionais, e 175 enfermeiros.
O sector da educação tem uma rede escolar de 25 escolas de carácter definitivo e 24 de construção provisória. Frequentam o presente ano lectivo 381.744 alunos da iniciação à 12ª classe e leccionam no município um universo de 1.123 professores. Por falta de espaços e de professores estão fora do sistema do ensino 6.258 crianças em idade escolar.
O município do Amboim é potencialmente agrícola, possuindo solos férteis para o cultivo de milho, feijão, ginguba, batata rena e doce, e banana. No município existem 170 associações de camponesas, mas apenas estão em funcionamento 135. Também estão instaladas 22 cooperativas e 341 empresas agrícolas. A grande preocupação de momento prende-se com a falta de apoios em sementes melhoradas, fertilizantes e pesticidas, que são adquiridos no mercado informal a preços exorbitantes.
O comércio é forte na região e os operadores fornecem bens e serviços às populações, respondendo à procura, mas nota-se a ausência de uma rede de comércio rural que possa satisfazer as necessidades dos camponeses.
Com uma superfície de 1.027 quilómetros quadrados, o município conta com uma população estimada em 208.89 habitantes e a divisão administrativa corresponde a duas comunas, sendo a sede e Assango, com três áreas administrativas, nomeadamente, Salinas, Honga e Boa Entrada (CADA).
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