A comissão técnica do Ministério da Cultura escolheu o município do Sambizanga como o local ideal para edificar o memorial em prol das figuras históricas angolanas em Luanda, anunciou na segunda-feira a ministra Rosa Cruz e Silva.
Para a ministra, que assistiu à apresentação do projecto de criação de um memorial em homenagem aos reis de Angola, o Sambizanga é o local propício por ter sido o ponto de passagem de vários soberanos nacionais de renome que se dirigiam à cidade capital.
“Para fazer-se a comunicação entre os soberanos que vinham do interior do país para a Ilha de Luanda, o caminho utilizado era aquele que hoje é o município do Sambizanga, por estar próximo ao mar e dentro da parte continental. Já conseguimos identificar duas viagens que Njinga Mbande fez à cidade de Luanda para negociar com o governador”, asseverou.
A intenção do memorial é trazer a público informações históricas sobre a presença em Luanda, por exemplo, de grandes reis, como Dom António I do Congo, que ficou registada com uma cerimónia fúnebre da sua cabeça, que primeiro foi guardada, em 1665, na Igreja da Misericórdia, na cidade alta, e depois sepultada na Igreja da Nazaré, na Marginal de Luanda.
“Estas referências e as várias delegações de soberanos do rei do Ndongo e do Congo, assim como as missões de exploração científica, revelam que todos eles faziam um trajecto que passava pelo então município do Sambizanga para chegar a Luanda”, asseverou.
Para a ministra Rosa Cruz e Silva, as autoridades do município, os mais adultos e os anciões devem dar igualmente o seu contributo, com opiniões, sobre a edificação de um memorial de cariz nacional, onde as figuras de proa dos reinos do Congo, Matamba, Ndongo, Huambo e Bié estejam representados.
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