segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

VIAS DE COMUNICAÇÃO NO ZAIRE


O mau estado das estradas travou mas não impediu o progresso da província do Zaire. Esta é a opinião generalizada das pessoas ouvidas pelo Jornal de Angola a propósito do crescimento socio-económico da província do Zaire nos últimos oito anos, período em que o país deixou para trás uma guerra atroz.
 O país está agora mais encontrado, a reconstrução acontece, apesar de persistirem ainda alguns percalços de ordem contratual com algumas empresas construtoras. Para algumas pessoas, o maior ganho da província do Zaire foi indubitavelmente trazer neste ano de 2010, pela primeira vez em Mbanza Congo desde a ascensão da independência nacional de Angola em 1975, o tão almejado projecto do ensino superior, com a construção da Escola Superior Politécnica, adstrita à nova Universidade Pública 11 de Novembro, com sede em Cabinda. Em conjunto, as duas províncias constituem a terceira região académica do país. 
Para outros, porém, o grande ganho foi a colocação do tapete asfáltico em cerca de 280 quilómetros da estrada que liga Mbanza Congo ao município piscatório do Nzeto. 
De Mbanza Congo ao Nzeto já se circula em duas horas e meia ou três horas de viagem, numa corrida normal, sem os actuais excessos que são a razão das grandes tragédias nas nossas estradas. Para quem se desloca para Luanda, a única contrariedade reside nos restantes 230 quilómetros que ligam o Nzeto à capital do país.
 É uma verdadeira odisseia e tortura sair por estrada da antiga cidade de São Salvador para Luanda. Mas é a única tábua de salvação, já que continuam paralisadas as obras de reabilitação e ampliação da pista do aeródromo de Mbanza Congo, iniciadas em Novembro de 2008.
 Situação análoga repete-se no troço que liga o município petrolífero do Soyo ao conhecido entroncamento da localidade da Casa da Telha, no município do Tomboco. 
Na via em alusão, está programado um ambicioso projecto que consiste na construção de uma auto-estrada com quatro faixas de rodagem, sendo duas ascendentes e outras duas descendentes. 
Na época seca, que findou em Agosto último, o troço Soyo-Casa da Telha beneficiou de obras paliativas de restauro a cargo da brigada de terraplanagem do governo do Zaire. O objectivo da empreitada foi permitir o transporte de material para restauro de obras na capital provincial, Mbanza Congo e não só, uma acção da responsabilidade do Governo Central. A ideia era fundamentalmente ligar Mbanza Congo ao resto do território da província. Mesmo com os estaleiros prontos ao longo da via, as obras do Soyo estão paralisadas. 
Com uma rede de estradas estável, o Soyo teria a incumbência de alavancar o pólo de desenvolvimento socio-económico da província e de toda a região. A ideia subjacente seria desafogar Luanda em termos de acesso de bens e serviços. 
Da antiga administração colonial o Zaire não herdou infra-estruturas de vulto, como estradas, energia eléctrica, água e saneamento básico, incluindo edifícios públicos. O que existe, na sua maioria, surgiu depois da independência. Os novos edifícios que emergem nas sedes municipais foram concebidos e executados no consulado de Pedro Sebastião, o actual governador provincial. Isso nos sectores da saúde, educação, desportos, residências sociais para quadros, vias de comunicação e serviços de telecomunicações em toda a extensão da província. 
  

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