sexta-feira, 20 de maio de 2011

INSTITUTO MEDIO DE ARTES CENICAS



O país vai ter um Instituto Médio de Artes Cénicas, cuja segunda fase foi aprovada na última semana pelo Conselho de Ministros, e custará aos cofres do Estado trinta milhões, setecentos e oitenta e quatro mil duzentos e três euros(€ 30.784.203,33).
O Instituto Médio de Artes Cénicas acolhe as escolas de Música, Artes Plásticas e edifício de alojamento (internato), anfiteatro ao ar livre, área desportiva, áreas exteriores e paisagísticas.
A infra-estrutura vai permitir a criação de 603 empregos, sendo a maior parte deles ocupados pelos professores para as disciplinas de formação técnico-profissional. Há possibilidades de admissão de alunos dos países da Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP) e da Comunidade de Países da África Austral (SADC).
A segunda fase do projecto, situado no Bairro da Camama em Luanda, será concluída pela empresa Somague Engenharia-Angola.
O contrato com esta empresa prevê não só a construção da segunda fase, mas também o apetrechamento do referido Instituto.
O Ministério da Cultura espera que as novas estruturas a serem erguidas correspondam às expectativas da sociedade, no âmbito do processo de estruturação do sistema de ensino de artes.
A concepção da fase adicional do Instituto Médio de Artes foi alicerçada pelo facto do terreno atribuído no município do Kilamba Kiaxi para a edificação do complexo prever espaço necessário. A primeira fase está a ser concluida.


quarta-feira, 18 de maio de 2011

AS BOMBAS DA NATO SOBRE TRIPOLI

Os edifícios dos serviços de Segurança Interna e do Ministério de Inspecção e Controlo Popular, órgão de combate à corrupção na Líbia, foram destruídos, ontem, em mais um bombardeamento da OTAN a Tripoli, noticiou a France Press.
Os dois prédios estão situados em Al Jumhuriya, bairro residencial e administrativo do centro da capital líbia, próximo da residência do coronel Muammar Kadhafi.
Após os ataques, os bombeiros foram chamados para combater as chamas que destruíam os dois prédios, um diante do outro.
A ministra de Inspecção e Controlo Popular anunciou que o ataque causou feridos entre os funcionários do Ministério, mas não referiu números. Os ataques da aviação da OTAN contra vários alvos em Tripoli aumentaram de frequência desde sexta-feira, dia em que um bombardeamento matou 16 civis, entre os quais 11 imames (líderes religiosos). Os ataques ocorreram após um enviado especial da ONU se ter encontrado com autoridades da Líbia para negociar um possível cessar-fogo entre o Governo e os insurrectos apoiados pelo Ocidente. Abdul Ilah al Khatib, o enviado da ONU, esteve em Tripoli, onde foi recebido pelo Primeiro-Ministro, Baghdadi al Mahmoudi, e pelo ministro dos Negócios Estrangeiros Suleiman al Shehoumi. 
O próprio Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, falou depois, pelo telefone, com o Cchefe do Governo líbio.
A visita durou algumas horas. O Governo de Tripoli pediu a presença de observadores da ONU na Líbia para confirmarem a violação, pelas forças da OTAN, da resolução que autorizou, em Março, a intervenção estrangeira no país.
O vice-ministro líbio dos Negócios Estrangeiros, Khalid Kaim, afirmou que o enviado da ONU recebeu uma carta endereçada ao Conselho de Segurança em que são enumeradas as provocações da OTAN. Há duas semanas, um ataque aéreo contra um complexo presidencial de Bab Al Aziziya, em Tripoli, matou um dos filhos do Chefe de Estado líbio e três netos.
As acções motivaram ainda especulações sobre o estado do coronel Muammar Kadhafi. Segundo relatos ao governo italiano, e desmentidas pelo representante do Vaticano em Tripoli, o líder líbio tinha sido ferido e evacuado para o exterior do país.

FALCONE RECEBIDO POR JOSE EDUARDO DOS SANTOS

Depois de ter sido devolvido à liberdade, no dia 29 de Abril, Pierre Falcone é um homem feliz por voltar ao convívio dos familiares e amigos. Mas também por ver a justiça prevalecer sobre a intriga e a manipulação, numa longa e extenuante batalha jurídica que durou 11 anos.
O empresário francês foi ontem recebido pelo Presidente da República, no Palácio da Cidade Alta, em Luanda.
À saída da audiência com José Eduardo dos Santos, Pierre Falcone disse à imprensa que a decisão da justiça francesa é uma vitória de Angola: "vim para partilhar essa felicidade com o senhor Presidente da República, e com todos os meus amigos angolanos. Foram 11 anos de luta para que a verdade triunfasse, mas também admitida em Angola e no mundo", declarou.
Pierre Falcone disse que foi proclamada, "a verdade única e histórica". Para o empresário, a fé na justiça e ter estado sempre do lado da verdade deu-lhe forças para suportar os 11 anos de uma batalha jurídica desgastante.
"Sempre tive a esperança de que a verdade fosse proclamada publicamente como fez o tribunal francês. A minha decisão foi lutar para o grande dia de vitória da República de Angola, do Presidente José Eduardo dos Santos, do Executivo, e, evidentemente, minha, da minha família e dos meus companheiros que foram tratados injustamente, como todos sabem", referiu.
Pierre Falcone referiu que as várias peripécias do processo foram apenas fruto de "concepções erradas" sobre a realidade angolana: "algumas pessoas pensavam errado e preferiam viver uma história velha, talvez com receio de admitir a verdade da nova República de Angola. Só que a verdade histórica é uma só, desde as eleições de 1992, que o Governo de Angola foi reconhecido pelo mundo inteiro. Pena que houve gente que não quis admitir isso".
As acusações que levaram à sua prisão, em Outubro de 2009, não foram suficientes para Pierre Falcone deixar de acreditar na justiça francesa: "prefiro pensar que foram erros de pensamento, de análise, em vez de manipulação.
A França é um grande país e tem muita gente boa, mas tem também pessoas que não queriam admitir a realidade angolana, a realidade da vitória angolana e a realidade da legitimidade da soberania angolana", declarou.
O Tribunal de Segunda Instância de Paris, presidido pelo juiz Alain Guillou, considerou que não houve tráfico de armas no caso "Angolagate", contrariando a sentença do julgamento em primeira instância. Charles Pasqua, ex-ministro do Interior, que fora condenado a três anos de prisão, foi ilibado e Falcone ficou com uma pena que lhe permitiu sair da prisão.
A venda de armas ao Governo angolano ocorreu entre 1993 e 1998, tendo sido decisiva para o fim da guerra civil.
No julgamento de recurso, que decorreu de 19 Janeiro a 3 de Março, os advogados de defesa de Falcone lutaram para fazer valer a tese de que não houve comércio "ilícito", mas sim uma operação organizada com base num "mandado" do Governo legítimo de Angola, confrontado com uma rebelião (da UNITA) condenada pela ONU. Pierre Falcone avaliou o potencial de crescimento da economia angolana: "sou um empresário com presença em 17 países, com mais de 2.500 empregados, viajo muito e estou em condições de comparar o 'milagre angolano' com o que se vê noutros países, que não estão a desenvolver-se tão rápido como Angola. É preciso continuar nesta direcção", declarou.
No entender do empresário, depois de "sobreviver aos tempos difíceis", é hora de pensar no desenvolvimento de Angola: "graças a Deus sobrevivemos a esse tempo difícil, agora é construir e desenvolver a Angola. Se na cadeia nos mantivemos na luta, agora com liberdade e com a verdade histórica proclamada vou continuar".