segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

"CUSTO POLÍTICO" PARA INVESTIR EM ANGOLA: 10%

Notícias - Sociedade

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O custo da corrupção para uma empresa privada com investimentos em Angola é maior do que no Brasil. Enquanto lá se cobra 10% do lucro, no Brasil, a taxa é a metade, de 5%.

Esse é um dos comentários trocados por e-mail entre funcionários da construtora Camargo Corrêa. As conversas foram interceptadas pela Polícia Federal durante a Operação Castelo de Areia com autorização judicial.

O diálogo específico é entre Carlos Fernando Namur, diretor-superintendente de infra-estrutura internacional da construtora, e um homem identificado apenas como Rodrigo Monteiro.

Segundo a Polícia Federal, Monteiro é funcionário da construtora no exterior.

Nas mensagens trocadas, eles falam sobre o andamento de obras fora do Brasil -em especial no Peru e em países da África- e sobre questões políticas.

Nos diálogos que têm como tema o "custo político" dos investimentos para a construtora, os dois comentam até que ponto compensa manter projetos em Angola, país onde a Camargo Corrêa também tem obras.

Depois de afirmarem que o "custo político" exigido em Angola é de 10%, Monteiro diz que, no Brasil, esse valor "gira em torno dos 5% do faturamento".

Ainda de acordo com o relatório da Polícia Federal, em outras conversas os dois interlocutores discutem a sucessão presidencial no Peru. Conversam sobre o apoio financeiro que a construtora Camargo Corrêa deveria dar e as vantagens e desvantagens políticas desses atos.

Em meio às conversas interceptadas, há citações de contas bancárias mantidas fora do país, que não foram declaradas no Brasil.

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