quarta-feira, 2 de março de 2011

LIBIA E A POSSIVEL INTERVENÇÃO INTERNACIONAL

O Governo de Cuba condenou, na segunda-feira, a proposta de intervenção militar internacional na Líbia para tentar pressionar o Presidente Muamar Kadhafi a deixar o poder.
Para Cuba é necessário procurar o diálogo e respeitar a soberania líbia, disse o representante daquele país no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, noticiou o jornal cubano "Granma".
Rodolfo Reyes acusou os Estados Unidos de incitarem a violência, a agressão militar e a interferência estrangeira. "Esperamos que o povo líbio conquiste um Estado pacífico e soberano criado, sem qualquer ingerência estrangeira ou intervenção, para assegurar a integridade da nação", disse.
"Fomos informados sobre os planos de uma intervenção militar humanitária à qual nos opomos porque, em vez de resolver a situação, pode complicá-la, ainda mais, e ter outras implicações graves", alertou. Reys Cuba garantiu que Cuba "rejeita categoricamente" qualquer proposta de intervenção militar na Líbia.
O representante cubano no Conselho de Direitos Humanos, reunido segunda-feira, em Genebra, pormenorizou as razões que levam o seu país a rejeitar a proposta de intervenção:
"Preocupa-nos perdas de vidas e danos causados a civis pelo conflito. Qualquer pessoa que aja honestamente não pode concordar com a morte de civis inocentes".
Após tornarem efectivo um pacote de sanções unilaterais contra a Líbia e congelar 30 mil milhões de dólares de activos daquele país, os Estados Unidos posicionaram a frota naval e aérea na região do Mediterrâneo e anunciaram negociações para criar uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia, com o objectivo de "fechar o cerco" a Muamar Kadhafi. O Pentágono confirmou a deslocação de unidades navais e da Força Aérea para as proximidades da Líbia como parte de um "plano de contingência".
"Temos funcionários a trabalhar em vários planos de contingência e acho que podemos dizer que estamos a reposicionar as forças para que ofereçam essa flexibilidade assim que as decisões forem tomadas", declarou o porta-voz do Pentágono, Dave Lapan, à imprensa.
A mobilização de "forças navais e aéreas" dá ao Presidente norte-americano, Barack Obama, um leque de possibilidades, disse Lapan, sem especificar que navios ou aviões receberam ordem de se reposicionarem, nem que possíveis acções estão a ser consideradas.
Depois da forte intervenção das forças leais a Kadhafi contra os manifestantes líbios, os líderes europeus e norte-americanos começaram a avaliar a possibilidade de utilizar o poderio aéreo da OTAN para impor uma zona de exclusão sobre a Líbia.
Para qualquer intervenção militar, os comandantes norte-americanos podem recorrer ao porta-aviões "USS Enterprise", que já está no Mar Vermelho, assim como ao navio anfíbio "USS Kearsarge", que tem uma frota de helicópteros e cerca de dois mil marines a bordo.
Além de uma possível zona de exclusão aérea, as nações ocidentais também ponderam a criação de um "corredor humanitário" na Tunísia e no Egipto para ajudar os refugiados, noticiou o "New York Times".
O Exército norte-americano estuda também a possibilidade de interferir nas comunicações para impedir que Kadhafi transmita mensagens na Líbia, escreveu o "Times".
Bases dos Estados Unidos e da OTAN na Itália podem servir de áreas de encenação para acções contra a Líbia, incluindo a base Sixth Fleet, perto de Nápoles.

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