A dívida do Estado angolano para com os seus principais credores nacionais e estrangeiros atingiu a cifra de dois biliões de dólares, o mesmo valor de um dos vários empréstimos solicitados à China nos últimos anos.
A revelação foi feita a O PAÍS pelo ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República, Carlos Feijó, à margem da conferência de imprensa do Executivo, na última quarta-feira, 28.
O valor da dívida, adiantado pelo ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República, inclui também os juros reclamados pelas entidades credoras, o que elevou o rácio para os patamares acima referenciados.
Apesar da alta do valor, o Executivo garante a sua liquidação entre os meses de Maio e Junho do corrente ano, estando o processo de pagamento já em curso, por intermédio do Ministério das Finanças.
“O pagamento na totalidade não diria, porque há aqueles valores grandes que vão ser resolvidos em 30% e depois o reescalonamento”.
De acordo com Carlos Feijó, tudo o que está a ser reclamado no âmbito da dívida pública será pago, na medida em que “as disponibilidades financeiras existem”.
No entanto, o interlocutor de O PAÍS não revelou os reais motivos da acumulação da dívida, bem como o tempo em que ela se arrasta, mas tranquilizou as instituições visadas dizendo haver disponibilidade financeira para o efeito.
O PAÍS apurou que parte significativa da dívida foi contraída junto de empresas construtoras nacionais e estrangeiras que executam obras do Programa de Reconstrução Nacional, um pouco por todo o país.
Uma das causas da paralisação de algumas obras, principalmente em Luanda, tem a ver com a dívida contraída pelo Governo, que desde há uns meses a esta parte não honrava os compromissos financeiros com as empreiteiras, e estas por arrasto afectaram os trabalhadores, levando muitas delas a despedir parte da sua força laboral.
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