Os edifícios dos serviços de Segurança Interna e do Ministério de Inspecção e Controlo Popular, órgão de combate à corrupção na Líbia, foram destruídos, ontem, em mais um bombardeamento da OTAN a Tripoli, noticiou a France Press.
Os dois prédios estão situados em Al Jumhuriya, bairro residencial e administrativo do centro da capital líbia, próximo da residência do coronel Muammar Kadhafi.
Após os ataques, os bombeiros foram chamados para combater as chamas que destruíam os dois prédios, um diante do outro.
A ministra de Inspecção e Controlo Popular anunciou que o ataque causou feridos entre os funcionários do Ministério, mas não referiu números. Os ataques da aviação da OTAN contra vários alvos em Tripoli aumentaram de frequência desde sexta-feira, dia em que um bombardeamento matou 16 civis, entre os quais 11 imames (líderes religiosos). Os ataques ocorreram após um enviado especial da ONU se ter encontrado com autoridades da Líbia para negociar um possível cessar-fogo entre o Governo e os insurrectos apoiados pelo Ocidente. Abdul Ilah al Khatib, o enviado da ONU, esteve em Tripoli, onde foi recebido pelo Primeiro-Ministro, Baghdadi al Mahmoudi, e pelo ministro dos Negócios Estrangeiros Suleiman al Shehoumi.
O próprio Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, falou depois, pelo telefone, com o Cchefe do Governo líbio.
A visita durou algumas horas. O Governo de Tripoli pediu a presença de observadores da ONU na Líbia para confirmarem a violação, pelas forças da OTAN, da resolução que autorizou, em Março, a intervenção estrangeira no país.
O vice-ministro líbio dos Negócios Estrangeiros, Khalid Kaim, afirmou que o enviado da ONU recebeu uma carta endereçada ao Conselho de Segurança em que são enumeradas as provocações da OTAN. Há duas semanas, um ataque aéreo contra um complexo presidencial de Bab Al Aziziya, em Tripoli, matou um dos filhos do Chefe de Estado líbio e três netos.
As acções motivaram ainda especulações sobre o estado do coronel Muammar Kadhafi. Segundo relatos ao governo italiano, e desmentidas pelo representante do Vaticano em Tripoli, o líder líbio tinha sido ferido e evacuado para o exterior do país.
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