domingo, 21 de agosto de 2011

MELHORIA DA ESTRADA UIGE-SONGO

A caminhada começa no antigo posto de controlo de polícia, na estrada Uíge/Songo. Alguns metros à frente, a tabuleta azul colocada ao longo da via orientando-nos a desviar à direita, se quisermos avançar para o município do Mucaba. Um percurso de cerca de 66 quilómetros de estrada, entre fracções asfaltadas, esburacadas e terraplanadas.
Nos primeiros 30 quilómetros de caminhada, o asfalto encoraja a pisar mais um pouco no acelerador. A viagem quebra a sua “velocidade uniforme” ao aproximar-se da “Serra do Mucaba”, onde decorrem obras para se prosseguir em asfalto.
Às primeiras horas do dia já é possível ver muitos homens, entre angolanos e chineses da empresa CRBC, manuseando máquinas e camiões para realizarem várias actividades na empreitada que decorre ao longo da estrada nacional nº 120, que liga a cidade do Uíge ao município do Mucaba. Eles reviram e tremelicam os solos com o objectivo de melhorarem a circulação de pessoas e bens na via que atinge a vizinha República Democrática do Congo, passando pelos municípios da Damba e Maquela do Zombo.
Com os trabalhos de melhoria da via, as viagens começam a ser feitas com maior comodidade, ficando para o esquecimento os enormes buracos, gigantescas nuvens de poeira ou ainda os mares de lama que não facilitavam a circulação. Mucaba é também conhecida como “a terra do pau seco”, devido à recente história, mito ou lenda, da árvore gigante derrubada na década 90 que voltou a reerguer-se, ganhando vida, com novas folhas e ramos, dez anos depois.
A administradora municipal interina do Mucaba destacou a celeridade empreendida na execução dos trabalhos. “Onde não há estradas, não há comunicação, por isso acreditamos que, com a conclusão desta obra, a letargia antes verificada no desenvolvimento do município vai tomar outro rumo e os investidores vão poder implementar aqui os seus projectos, atraídos pelo fácil acesso à região”, referiu.
João Manzambi reside na aldeia Caondo, a cerca de 18 quilómetros da vila do Mucaba e disse, à reportagem do Jornal de Angola, estar surpreendido pelo empenho do Executivo, que tudo tem feito para melhorar as condições de vida da população, nove anos após o fim do conflito armado.
“Há seis anos esta estrada era intransitável devido às enormes ravinas que ameaçavam engolir a via. Nessa altura, éramos obrigados a caminhar a pé até à cidade do Uíge”, lembrou.

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