Elias Dya Kimuezo, rei da música angolana, é o homenageado da sétima edição do projecto cultural “Palco das Recordações”, este domingo, a partir das 10h00, no Complexo Turístico Weza Paradise, em Luanda.
Com as participações de Prado Paím, José Agostinho, António Fiel “Didi”, Massoxi e Conceição José o espectáculo pretende recordar o contributo dado pelo “rei” Elias dya Kimuezo na divulgação, promoção e preservação da música popular urbana.
Esta edição do projecto vai ser aberta pela banda Weza, que tem também responsabilidade de garantir o suporte musical dos músicos convidados, que vai levar à apreciação do público temas do vasto repertório do “rei” Elias.
A cantora Conceição José, conhecida como “São Lourdes”, por interpretar canções da malograda Lourdes Van-Dúnem, disse ser uma alegria e prestigiante fazer parte do elenco artístico para o tributo a Elias Dya Kimuezo.
A artista, que sobe ao palco do Weza Paradise pela terceira vez, depois de ter participado na homenagem a Lourdes Van-Dúnem e no “Almoço Angolano”, disse que vai interpretar temas da “Tia Lourdes” e fazer um dueto com o “rei” Elias no tema “Ressurreição”.
"Coisas de Paixão"
Fiel "Didi" é uma das atracções desta edição do projecto “Palco das Recordações” e vai interpretar temas do homenageado e do seu disco de estreia, “Coisas de Paixão”. O músico garante levar à apreciação dos convivas, em tarde de recordações, temas como “Katonhotonho”, “Carequinha”, “Chikota ya Muenho”, “Filho doente” e “Coisas de Paixão”.
“Coisas de Paixão” é o título do primeiro disco de Fiel “Didi”, que tem composições de Bangão, Elias dya Kimuezo, Zé Keno, Trimony, Chico Montenegro, Lulas da Paixão, Dom Caetano, Minguito, Miguel Gomes e Tony de Melo. O também responsável da banda “Yetu” disse ser um privilégio poder participar no espectáculo que vai prestar tributo ao rei da música angolana, pois, como disse, “sempre o admirei e tento seguir a sua linha melódica nas minhas interpretações”.
A organização prevê reunir no recinto mais de 700 pessoas. Os ingressos custam 8.500 kwanzas, com bufete e bar aberto.
Perfil do "rei" Elias
Elias José Francisco, ou simplesmente Elias Dya Kimuezo, nasceu a 2 de Janeiro de 1936, completou este ano 75 anos e nasceu numa pequena casa junto ao mercado do Xamavo, hoje bairro Marçal, em Luanda. Começou a sua carreira artística em 1950, no grupo “Ginásio”, como compositor.
Em 1956, apareceu como intérprete e tocador de bate-bate, integrado no conjunto Kizomba, radicado no município do Sambizanga. Nesta mesma época funda o agrupamento Dikundus, constituído por operários fabris, destacando-se como vocalista principal.
Neste seu início de carreira, Elias Dya Kimuezo alcança um grande êxito por usar a língua Kimbundu como forma de expressão dos seus sentimentos.
Em 1969 foi a Portugal com o grupo Rebita, onde participou num concurso em Santarém, no qual Angola obteve o segundo lugar.
Na sequência dos êxitos alcançados, Elias liga-se à editora Valentim de Carvalho, com a qual grava três LPs, com destaque para “Etiqueta Angola”, em que participam Rui Mingas, Teta Lando e Barceló de Carvalho “Bonga” e cinco singles. No início dos anos 70 gravou um LP com a editora Rebita e um outro no Brasil. Em 1974, cria um dos maiores grupos musicais da época: o Kissanguela.
Reconhecido nos anos 60 como o “rei” da música angolana, foi principalmente pela originalidade das suas composições que adquiriu o título de rei, em Novembro de 1995. Entre os seus prémios, consta o primeiro lugar no concurso de música africana realizado em Lisboa (Portugal), em 1982, o prémio “Os 11 mais da cidade da canção” e o troféu Quim Jorge, em 1995.
Com uma vida inteiramente dedicada à música, Dya Kimuezo já representou o país em vários certames musicais realizados em Portugal, Brasil, Cabo Verde, Índia, Namíbia, São Tomé e Príncipe e ex-União Soviética.
Recebeu na quarta edição do projecto cultural “Palco das Recordações” em homenagem a Marito e Zé Keno, um diploma de mérito e o primeiro “Cartão Prestígio” do Weza Paradise, que lhe permite beneficiar de todos os serviços disponíveis no complexo.
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