"Do Kongo ao Uíge: Um percurso pela sua história – Século XVIII até XX" é o título da exposição fotográfica patente no Instituto Superior de Ciências da Educação (ISCED) do Uíge, visitada, no sábado, pela ministra da Cultura.
Durante a visita à exposição, promovida pelo Arquivo Nacional de Angola e integrada no Dia da Cultura Nacional, a ministra Rosa Cruz e Silva, que presidiu, no Uíge, ao acto central das comemorações da data, apreciou materiais iconográficos, como mapas, fotografias, postais e documentos que retratam alguns acontecimentos históricos, o acervo documental e histórico sobre aquela província.
A exposição serve para chamar a atenção para as fontes documentais que o Arquivo Nacional de Angola dispõe sobre a região do Uíge, que reportam aos tempos mais antigos, revelando, por exemplo, a existência de pinturas rupestres na pedra da Kabala, da época dos primeiros habitantes do antigo reino do Congo, nos seus tempos áureos, além de divulgarem parte da vasta documentação existente sobre a província.
Também há imagens sobre a população do antigo reino do Congo, a sua distribuição sócio cultural, as manifestações culturais, a resistência à ocupação colonial – também referenciadas nos relatórios das autoridades coloniais, com destaque para as revoltas no Bembe e Damba, sobre a coligação de povos da região chefiada por Mbianda Ngunga, em 1913 – e da obrigatoriedade do trabalho forçado, que os habitantes da Damba, Maquela do Zombo e Bembe para fora do país.
As fotografias expostas no hall do ISCED revelam as grandes potencialidades agrícolas do então distrito do Uíge nos anos 70, altura em que se registou o maior crescimento económico da região.
Os materiais iconográficos expostos lembram que naquele período foram criadas várias infra-estruturas, como estradas e estabelecimentos comerciais, mas ressalva que o desenvolvimento beneficiava principalmente a população colonial.
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