A República de Angola festeja quinta-feira o trigésimo quinto aniversário da sua independência, proclamada a 11 de Novembro de 1975, após 14 anos de luta armada contra o colonialismo português.
Foi precisamente às zero horas do dia 11 de Novembro, que o então Presidente do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e chefe de Estado da jovem República, António Agostinho Neto, proclamou a Independência do país. “Em nome do Povo Angolano, o Comité Central do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) proclama, solenemente, perante a África e o Mundo, a Independência de Angola”, anunciou o primeiro Presidente de Angola.
“Mais uma vez deixamos aqui expresso que a nossa luta não foi nem nunca será contra o povo português. Pelo contrário, a partir de agora, poderemos cimentar ligações fraternas entre dois povos que têm de comum, laços históricos, linguísticos e mesmo objectivo: a liberdade”, esclareceu.
A independência, proclamada na então Praça 1º de Maio e presenciada por milhares de angolanos, foi alcançada fruto de uma luta armada iniciada em 1961, depois de, em 1956, algumas formações políticas de intelectuais angolanos se terem unido num movimento de libertação, que viria a se chamar MPLA.
Os anos, da década 50, foi proclamado um manifesto, cujo objectivo essencial definia que Angola não conseguiria se libertar do colonialismo sem luta, dada a intransigência da potência colonizadora.
Na década de 60, nomeadamente a 04 de Fevereiro de 1961, eclodiu a guerra de libertação, marcada com assaltos às principais cadeias de Luanda, onde alguns dirigentes nacionalistas se encontravam encarcerados.
A partir dessa data, o povo angolano encetou uma guerra contra as autoridades coloniais portuguesas, através de guerrilhas, devido ao seu fraco poder bélico.
Com o desenvolvimento do processo e, devido à ajuda internacional às forças nacionalistas angolanas, a guerra pela Independência nacional alastrou-se a todo território, dando início a um conflito que duraria mais de uma década. Com os acontecimentos ocorridos em Portugal, a 25 de Abril de 1974, em grande parte influenciados pelas lutas de libertação desencadeadas em todas ex-colónias portuguesas, assistiu-se à derrocada do sistema colonial português.
A 10 de Janeiro de 1975 teve início em Alvor, Algarve (Portugal), uma cimeira em que participou o governo português e representantes de três movimentos angolanos de libertação (MPLA, FNLA e Unita).
A 15 do mesmo mês foram assinados os Acordos de Alvor, que estipulavam o processo da Independência, marcada para 11 de Novembro de 1975, e a constituição de um governo de transição, composto por representantes dos três movimentos de libertação. A 28 de Janeiro, o general português Silva Cardoso foi incumbido de exercer as funções de Alto Comissário para Angola e, simultaneamente, o representante da República Portuguesa em Angola.
No dia 31 de Janeiro de 1974 foi empossado o Governo de Transição, mas a situação agudizou-se devido às rivalidades existentes entre os movimentos de libertação até que, a 2 de Agosto de 1975, o general Silva Cardoso abandonou o país, tornando-se num fracasso os Acordos de Alvor.
Com o abandono de Silva Cardoso, Angola entrou num estado aberto de confrontação, o êxodo dos colonos tornou-se cada vez mais acentuado, deixando o país a braços com graves problemas, nomeadamente a falta de quadros técnico e médios. Foi neste ambiente de guerra que a 11 de Novembro, Agostinho Neto, Fundador da Nação e primeiro Presidente de Angola (já falecido) proclamou a Independência da República Popular de Angola.
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