segunda-feira, 5 de abril de 2010

EUGENE TERRE'BLANCHE - ESPANCADO ATÉ À MORTE

JA
Líder extrema direita sul-africano assassinado na sua quinta

O líder da extrema-direita sul-africana, Eugene Terre’Blanche, foi espancado até à morte na sua quinta, em Ventersdorp, no noroeste do país, noticiou sábado a agência SAPA.
Chefe dos serviços secretos sul-africanos durante o apartheid, Terre’Blanche, de 69 anos, lutou ferozmente pela manutenção do regime racista no início dos anos 1990, e manteve-se como líder do Afrikaner Resistance Movement (AWB), recentemente reactivado, tendo continuado a defender um Estado Afrikaner dentro da África do Sul.
Sozinho na propriedade, o líder do AWB estava a dormir na altura do ataque e foi encontrado pela polícia, ainda com vida, mas acabou por morrer.
Dois jovens, de 16 e 21 anos, que trabalhavam para Terre’Blanche, foram detidos, indicou uma porta-voz da polícia, a capitã Adéle Myburgh.
Os dois são suspeitos de terem atacado o líder da extrema-direita sul-africana por não terem sido pagos pelo trabalho que tinham feito.
O Presidente sul-africano, Jacob Zuma, apelou à calma na sequência do assassinato de Eugene Terre’Blanche, alertando em comunicado contra qualquer provocação que alimente “o ódio racial”.
O Presidente Zuma “apela à calma após este terrível desfecho e pediu aos sul-africanos para não permitirem a agentes provocadores tirar proveito da situação para incitar, ou alimentar o ódio racial”, diz o texto transmitido à agência SAPA.
Condenando o assassínio “nos termos mais duros”, Zuma recordou que “ninguém tem o direito de fazer justiça pelas suas próprias mãos, sobretudo num país como a África do Sul que respeita o Estado de Direito”.
Os agressores, que parecem ser empregados da exploração agrícola de Terre’Blanche, e devem ter agido após uma disputa, “não tinham qualquer direito de lhe tirar vida”, acrescentou o Chefe do Estado.
Nascido a 31 de Janeiro de 1941, o boer-afrikaner Eugene Ney Terre’Blanche fundou o AWB em 1970, com seis amigos, e o partido político cresceu de sete para 70.000 membros, entre uma população branca de 3,5 milhões.

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