domingo, 25 de outubro de 2009

ACUSAÇÃO E JULGAMENTO DO GENERAL MIALA - 16

jornalistas insultados

Em duas ocasiões durante o julgamento de Fernando Miala e os três outros responsáveis dos Sie exonerados em Abril do ano passado, o juiz presidente do Stm, António dos Santos Neto "Patónio", insultou os jornalistas angolanos, demonstrando possuir ideias preconceituosas, bem ao jeito do antigo regime totalitário angolano, acerca dessa classe profissional. Na primeira vez, foi logo na abertura do julgamento, quando numa sala repleta de pessoas, entre familiares, amigos e curiosos, escolheu exactamente os representantes da opinião pública que ali estavam a trabalhar para abandonarem a sala. O general "Patónio" tinha a possibilidade mais do que evidente de deixar na sala aqueles que lá estavam por imperiosas questões de trabalho, expulsando os curiosos, mas optou por afastar aqueles em relação aos quais reúne tantos preconceitos, que o juiz considerará que não devem respirar o mesmo ar que ele. Um jornalista deste jornal que permaneceu por alguns momentos na sala ouviu depois o general "Patónio" argumentar a favor da sua decisão, o facto de que "a sala estava irrespirável". Na terça-feira, numa necessária alusão à imprensa angolana, a qual foi provocada no que deveria ser uma réplica juridicamente fundamentada aos advogados de defesa, afirmou que não faz "muita fé em notícias dos jornais". "Não li o Folha 8 e também não faço muita fé em notícias que vêm nos jornais" gabou-se António Santos Neto "Patónio". Essa deve ser uma boa explicação para o facto de o general ter aparentado, no tribunal, não poder gabar-se tanto da formação e de possuir níveis tão sofríveis de informação, mas os jornalistas devem averiguar se o que faz o juiz presidente do Stm receia-los tanto, não seriam factos relacionados com a extinção da Ccpm, quando alguns chicos-espertos quiseram apropriar-se da moradia em que a comissão estava instalada, ou sobre os factos que levaram à cisão do Grupo Metrol ou ainda sobre a constituição da Zuki Off Limits. Os jornalistas chegarão lá.

Fonte: Semanarioangolense

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