segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

MEMÓRIAS

Para aqueles que vêm acompanhando este blogue, quero dizer que em breve vai ser editado um livro com as memórias de um angolano, não sou eu, mas que retrata muitas das vivencias de alguém que por lá ficou e que passou pela vida com as alegrias, tristezas e desenganos, como aliás acontece com todos nós.
Ainda levará alguns meses até os primeiros livros estarem disponíveis nas livrarias, mas creio que vale a pena esperar e depois ler mais este contributo para a nossa história.
Escrevo debaixo de um pseudónimo, mas claro que o vou revelar na altura certa, pois embora não seja o personagem retratado no livro e este seja apresentado na forma de "memórias", creio que retrata um pouco do que foi e do que é a Angola que todos amamos.
Brevemente darei mais algumas dicas, talvez começando mesmo por mostrar a capa e o título da edição. Tem um pouco mais de duzentas e cinquenta páginas, mas creio que não o vão achar massudo, talvez devido à forma como é escrito.
Até breve.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

BAIXA DE CASSANGE

Foi celebrado ha dias pelos vários partidos políticos de Angola o que ficou conhecido como a revolta de Cassange e subsequenta massacre, isto para obrigar os grevistas a voltarem ao trabalho depois de se terem recusado a continuar a ser explorados pelo então sistema monopolista.
Creio e por aquilo que li, que a esses explorados assistia todo o direito de se revoltarem contra o sistema então vigente, pois por muito que produzissem, nunca ganhavam o suficiente para ter uma vida digna, pois a empresa estabelecia os preços a seu belo prazer.
Aceito por isso que os actuais governantes e gentes de Angola, lembrem essas pessoas que lutaram e tombaram por apenas tentarem chamar a atenção para a sua exploração.
Não aceito contudo, quando esses mesmos governantes e porventura essas mesmas gentes, não aceitem quando nós lembramos aqueles inocentes que tombaram também às mãos da UPA nos massacres de 61, onde até crianças de peito, foram covardemente esventradas e degoladas.
Fica bem, se queremos cimentar a fraternidade que une os dois povos, lembrarmos e respeitarmos a memória de todos aqueles que infelizmente foram vitimas dos extremos praticados por ambos os lados. Mas fica mal, quando uma das partes tenta escamotear ou desculpar esses actos atrozes, pois quer queiramos quer não, a história deve registar a verdade, ainda que por vezes essa verdade, envergonhe a parte que os praticou.

sábado, 3 de janeiro de 2009

NAO COMPREENDO

Continuo a ter alguma dificuldade em compreender, quando constacto haver algumas pessoas angolanas que continuam a não aceitar a sua história, sobretudo quando essa história mostra cenas menos próprias, como aquelas cometidas pela UPA em 1961 nas fazendas do norte de Angola. Outras ainda são mais exageradas e tudo quanto seja negativo no seu país, pois existe em todos, lá estão eles a bradar aos céus.
Será que a Alemanha esconde o seu passado, especialmente dos tempos hitlerianos? Creio que o registo da história menos boa dos países, serve para mostrar ao mundo ate onde poderão ir os devaneos humanos quando não controlados e sobretudo para que episódios destes não se voltem a repetir.
As pessoas que pensam que parte da sua história deveria ser apagada, fazem lembrar os antigos habitantes de Babilónia, que apenas registavam os seus feitos e as suas vitórias, não constando nos seus anais nenhuma referencia aos fracassos, as vergonhas e as derrotas que por certo tiveram e foram registadas pelos povos vizinhos.
Todos os países têm o seu lado escuro, a própria igreja católica tem o seu, talvez bem mais horroroso do que os massacres cometidos em Angola contra pessoas indefesas e falo de ambos os lados, assim devemos aprender a viver e aceitar o que é nossa história, pois infelizmente o homem tem mostrado que não aprende com os erros cometidos pelos outros, parece que sente algum "prazer" em ser ele a meter as mãos nesse lado negro da história da humanidade.
Assim, creio que não terão nenhuma razão aqueles que não aceitam o seu passado, pois do ontem pouco poderão fazer, mas lembrando-se disso, o hoje e sobretudo o amanha poderão ser muito diferentes.