terça-feira, 21 de outubro de 2008

TRISTE ESPELHO

Acaba-se a esperança, deseja-se a morte

Sente-se a angustia chora-se baixinho

Sentimentos de raiva, maldiz-se a sorte

Ora-se a Deus pedindo um cantinho

Odeia-se o mundo, toda a sua gente

Sente-se inveja de quem pode andar

Passa-se o dia a torturar a mente

Apenas há passado para recordar

Recorda-se aquilo que ficou por fazer

Também outras coisas que não se fizeram

Tantas palavras que ficaram por dizer

Lembram-se amigos que desapareceram

Porquê só a mente não quis dormir

Quando todo corpo já não lhe obedece

Para quê ter um corpo só a fingir

Quando até a mente dele se esquece

Olhos no tecto, dentes cerrados

Dor infinita, pensamento ruim

Olha-se o corpo, músculos mirrados

Soluços de dor, tristeza sem fim

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